Faltando menos de duas semanas para o início da Copa do Mundo 2014, as expectativas e o entusiasmo do público com relação à demonstração do projeto Andar de Novo, que o neurocientista Miguel Nicolelis fará na abertura do evento, só aumentam. A curiosidade e as dúvidas da comunidade científica com relação ao que vai ser demonstrado, também.
O script vem sendo anunciado há mais de dois anos. Antes de a bola começar a rolar nos pés de Neymar, Hulk e companhia, às 17 horas do dia 12, um brasileiro paraplégico deverá se levantar de uma cadeira de rodas, caminhar sobre o gramado da Arena Corinthians e chutar uma bola de futebol.
Para isso, o paciente usará uma veste robótica controlada pelo cérebro, desenvolvida ao longo dos últimos anos pelo neurocientista brasileiro em seu laboratório da Universidade Duke, nos Estados Unidos, em colaboração com pesquisadores no Brasil e de vários países.
A função do exoesqueleto, ou robô, será fazer o que o sistema nervoso do seu usuário perdeu a capacidade de executar: transmitir os comandos de “mova-se” do cérebro até as pernas, utilizando, no lugar da medula espinhal, um sistema de “interface cérebro-máquina” (ICM) capaz de decodificar a atividade elétrica dos neurônios e traduzi-la em sinais eletrônicos digitais, compreensíveis a um robô.
Resultado: o cérebro dá a ordem, o computador faz a ligação, e quem se move é o robô – levando a pessoa “de carona” com ele. Uma tecnologia que, segundo Nicolelis, promete transformar as atuais cadeiras de rodas em “peças de museu”.