Foi realizada ontem mais uma edição do Prêmio Jovem Cientista, criado em 2009 pela Assembleia Legislativa gaúcha com o objetivo de estimular a produção científica e tecnológica de estudantes. Os alunos gratificados foram os que obtiveram os melhores resultados na 29ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) da Fundação Liberato Salzano Vieira, de Novo Hamburgo.

“Os alunos chegam com as ideias e conseguem auxílio de professores, que orientam o desenvolvimento do projeto”, ressaltou o vice-diretor da fundação, Ramon Fernando Hans, lembrando que a mostra já existe há 30 anos. O prêmio consiste no custeio da viagem para a 67ª Reunião Atual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade de São Carlos, em São Paulo. “A área de pesquisa científica no Brasil é muito fraca. Precisamos incentivar o setor”, afirmou o presidente da Assembleia, deputado Edson Brum (PMDB).

O primeiro lugar coube a Bibiana da Costa Davila, de 19 anos, estudante do Ensino Médio que faz curso técnico em Eletrônica e desenvolveu o projeto “Software de auxílio de produção de textos narrativos”, para ajudar os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental nas produções textuais. “Percebi as dificuldades na própria sala de aula. Se o ensino for mais eficiente nas séries iniciais, vai ser mais fácil no futuro”, observou.

O projeto “Buracos Monitor” ganhou o segundo lugar. Desenvolvido por Bruno Klein, de 22 anos, graduando de Sistemas de Informações, o dispositivo permite que cidadãos notifiquem problemas de infraestrutura nas calçadas. Em funcionamento há um ano, o Buracos Monitor já é utilizado em 170 municípios brasileiros. “A intenção é agilizar o conserto dos buracos. Em locais mais afastados das áreas centrais, os reparos podem demorar meses.” O aplicativo está disponível para Android ou pelo site buracosmonitor.com.br.

O estudante de Engenharia Mecânica Magnus Felipe Beuren, de 22 anos, ficou em terceiro lugar, com a criação de um protótipo de sistema sustentável de manejo de água, o “Reúse”. “O ideal é que as pessoas tomem atitudes sustentáveis para garantir um futuro sem escassez”, avalia.

O projeto armazena a água dispensada pela máquina de lavar em um reservatório móvel com uma eletrobomba centrífuga acoplada para a drenagem da água. Considerando-se um consumo de 120 litros diários para uma máquina de dez quilos, o protótipo indica uma economia de 3,6 mil litros de água por mês, ou 43,2 mil litros em um ano.