O Carnaval e a Copa do Mundo estão chegando! E falar de Carnaval e de futebol é falar de Brasil. Mesmo sabendo que a ideia do football surgiu há 3.000 anos a.C., na China, passou pela Itália e chegou à Inglaterra no século XVII ganhando regras e profissionalismo. Foi no Brasil que Charles Miller, ao retornar da Inglaterra em 1894, plantou a semente da paixão pelo esporte.
Não inventamos o futebol, mas “aperfeiçoamos” a arte. Com o Carnaval foi semelhante: o mesmo remonta de 4.000 anos a.C., com festas no antigo Egito, onde as pessoas pintavam os rostos, dançavam e bebiam num culto a Ísis, ou ainda nas festas pagãs de orgia em Roma, com danças em homenagem a Baco, os bacanais.. Foi festa oficial da Igreja Católica e popular, alegre, com máscaras e músicas em Veneza e Florença. Até que em 1641 chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, e contagiou a cidade adquirindo formas genuinamente “autênticas”, como no caso da campeã de 2012, Unidos da Tijuca, que extasiou o público ao mudar a roupa da comissão de frente com um passe de mágica (copiando um truque internacional).
Não inventamos o Carnaval, mas “aperfeiçoamos” a arte. E o que tem haver a pesquisa científica? Segundo o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Glaucius Oliva, a produção científica brasileira é a que mais cresce no mundo. Já a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Elena Nader, destaca que o Brasil é responsável por 2,7% da produção científica mundial. E, para o Governo, as publicações de artigos científicos brasileiros aumentaram 527% em relação ao total mundial em 25 anos. Pelo que nos informam, o Brasil é uma “pré-potência” nessa seara. Só não esclarecem que as pesquisas, em sua maioria, são plágios do que já foi feito há anos pelos países desenvolvidos, sem nenhum viés de inovação.
Jovens pesquisadores brasileiros já possuem Lattes com 50, 100, 200 artigos através da amigável “troca de publicações”. Assim, usando a malandragem do futebol brasileiro e a criatividade do Carnaval carioca, o Brasil vem ganhando destaque quantitativo em publicações, quer seja por mera repetição de experimentos, plágios, troca de publicações, ou ainda por professores-pesquisadores sem escrúpulos que roubam pesquisas dos próprios colegas ou de alunos de graduação ou de pós-graduação. Brasil: país do futebol, do Carnaval e da pesquisa científica.
Só que não (sqn)!
(Mauro Regis Vieira/Jornal de Hoje) – http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/02/13/noticiasjornalopiniao,3205931/futebol-carnaval-e-pesquisa-cientifica.shtml