É miopia não perceber que os ministérios têm tarefas bem diferentes, tanto técnica quanto politicamente. É grande a chance de haver muita confusão
Então o Michel Temer decidiu não levar o bispo Marcos Pereira para o Ministério da Tecnologia, o que seria temeroso para o bem do mercado e do próprio país. Arranjou para ele outra sinecura. Mas Temer deu seu jeito de deixar o setor preocupado. Tratou de fundir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações. Como assim?
Claro que o mundo das comunicações virou de cabeça pra baixo com a popularização da internet nos últimos 20 anos. Mas é miopia não perceber que os ministérios têm tarefas bem diferentes, tanto técnica quanto politicamente. É grande a chance de haver muita confusão.
Não por acaso, já foi encaminhado à Presidência um manifesto assinado por 13 entidades, incluindo a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O recado é simples, e esta coluna assina embaixo: “A junção dessas atividades díspares em um único ministério enfraqueceria o setor de ciência, tecnologia e inovação, que, em outros países, ganha importância em uma economia mundial crescentemente baseada no conhecimento e é considerado o motor do desenvolvimento. Europa, Estados Unidos, China, Coréia do Sul são alguns exemplos de países que, em época de crise, aumentam os investimentos em P&D, pois consideram que essa é a melhor maneira de construir uma saída sustentável da crise”.
Veja o texto na íntegra: O Dia.com