No lugar mais apropriado, a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que se realizou esta semana na Universidade de São Carlos (SP), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou uma pesquisa sobre a percepção que o brasileiro tem do universo científico. O resultado não poderia ser mais animador: a visão dos entrevistados é positiva e otimista, indica que a Ciência e a Tecnologia (C&T) devem ser mais financiadas e incentivadas, porque são fatores de melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Executada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e MCTI, a pesquisa “Percepção pública da ciência, tecnologia e inovação no Brasil – 2015” ouviu 1.962 brasileiros de todas as regiões do País, a partir de 16 anos. A tabulação completa está disponível em http://percepcaocti.cgee.org.br.
Os brasileiros dizem se interessar tanto pelos temas científicos e tecnológicos quanto por religião – nada menos do que 78% priorizam essas áreas de interesse. Um dado inspirador é o do reduzido acesso a informações qualificadas. A maioria informa-se pela TV. A visualização direta da atividade científica, em feiras, olimpíadas e museus, ainda é baixa.
Reforça-se, assim, o desafio de o Brasil investir não só em pesquisas, como também na criação de uma mentalidade científica. Um país em que a população tem acesso precoce à Ciência, sobretudo os estudantes, gera mais Ciência. Desse horizontalismo da curiosidade muito precisamos para formar pesquisadores voltados para a solução dos problemas nacionais.
A face mais popular da Ciência, e de suas aplicações, é a que desvenda o mundo, cria vacinas, cura doenças, inventa utensílios. Mas sua vertente econômica é essencial ao progresso de um povo. A grande tarefa do Brasil nesse campo é aumentar a capacitação em tecnologia e inovação na indústria e no setor de serviços, para gerarmos mais competitividade, emprego, renda, imposto – e assim aumentar o desenvolvimento em benefício de todos.