A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) inaugura, nesta sexta-feira, às 16h, o primeiro Instituto de Medicina Tropical (IMT) do Nordeste e o segundo do Brasil. Para a diretora do Instituto, professora Selma Jerônimo, o IMT é um local destinado a ensino, pesquisa e extensão, com foco em doenças endêmicas infecciosas e infectocontagiosas características do clima tropical, cuja incidência no século XXI representa um atraso em saúde no país.
“Ao ampliar as pesquisas nessa área, o IMT/UFRN irá contribuir para a melhoria da capacidade diagnóstica e o eventual desenvolvimento de vacinas em âmbito regional”, adianta Selma Jerônimo. Soluções para Leishmaniose, Doença de Chagas e Hanseníase, entre outras presentes em populações menos favorecidas no Nordeste do Brasil, podem advir de pesquisa e produção de medicamentos desenvolvidos por meio de parcerias entre a UFRN, instituições de pesquisa norte-americanas, CAPES e Governo do Rio Grande do Norte.
Atualmente o IMT funciona com equipes constituídas por pesquisadores com formação em Medicina, Biologia, Farmácia, Biomedicina, entre outros profissionais ligados aos Centros de Ciências da Saúde (CCS) e de Biociências (CB).
O IMT/UFRN está localizado no anel viário do Campus da UFRN, próximo ao Centro de Biociências (CB). A inauguração vai contar com as presenças de parceiros, como o vice-presidente da CAPES, Lívio Amaral; a presidente da SBPC, Helena Bonciani Nader; e a pesquisadora representante do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), Maria Júlia Manso Alves.
Histórico do IMT
Estratégico para a UFRN, o IMT-RN resulta da agregação de pesquisadores da UFRN que, há 10 anos, investigam doenças de clima tropical isolados de outros grupos de pesquisa.
As parcerias com instituições brasileiras e internacionais, entre elas as universidades federais da Bahia (UFBA), de São Paulo (UNIFESP) e do Ceará (UFC), a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a University of Virginia, a University of Iowa, o Weill Cornell Medical College, a Cambrigde University e a Western Australia favoreceram a consolidação do Instituto, que será referência nessa área no Nordeste brasileiro.
A missão do IMT/RN, segundo a vice-reitora Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, uma das integrantes das equipes de pesquisadores, é fortalecer os três pilares da Universidade que são ensino, pesquisa e extensão. “A perspectiva é que possamos criar uma pós-graduação na área de doenças infecciosas nos próximos anos, auxiliando, assim, o fortalecimento de pesquisas médicas no estado e contribuindo para a formação de profissionais da área de saúde”, acrescenta Selma Jerônimo, diretora do novo Instituto da UFRN.
O órgão possui um núcleo clínico composto por professores do Departamento de Infectologia da UFRN, braço principal de suas atividades de extensão, um Núcleo de Pesquisa Básica, localizado no Campus Central, ao lado do Centro de Biociências (CB), a ser inaugurado na mesma data, e um Núcleo de Pesquisa Aplicada em Doenças Tropicais, anexo ao Hospital Giselda Trigueiro (HGT), cuja construção será iniciada em maio deste ano.
A construção do IMT-RN custou R$ 2.206.962,59, com verbas provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/CT-INTRA), do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Doenças Tropicais (INCT-DT), do National Institutes of Health e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).