Cooperação internacional e regional para o desenvolvimento é a solução dos problemas da região, defende gestor
Para integrar a ciência e a tecnologia à região amazônica é preciso quebrar barreiras. É o que afirmou o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Formiga, em conferência na 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até domingo (27), em Rio Branco.
“Precisamos nacionalizar a produção científica da Amazônia e internacionalizar a ciência brasileira”, disse. Ele afirmou que mesmo “com a biodiversidade da região amazônica o Brasil ainda tem 90% de dependência de fármacos importados”.
Durante a palestra “Amazônia: da ciência dominante à tecnologia libertária”, nesta quarta-feira (23), na Universidade Federal do Acre (Ufac), Formiga elencou uma série de barreiras que o Brasil precisa romper para nacionalizar a produção da região amazônica e internacionalizar a produção de mercado. “Cerca de 80% do que se escreve sobre a região amazônica é da autoria de estrangeiros”, exemplificou.
De acordo com ele, a Amazônia é vocacionada à internacionalização. “A natureza não conhece fronteiras geopolíticas”, disse. Dessa maneira, ele defende a cooperação internacional e regional para o desenvolvimento É a solução dos problemas da região. “Mais pesquisas conjuntas, maior mobilidade entre institutos de pesquisa na região, maior compartilhamento de dados e mais pesquisas nacionais e regionais sobre a Amazônia”, destacou.
O palestrante acrescentou que se trata de um grande desafio devido às “relações complexas e multifacetadas”, que incluem uma multiplicidade de atores, entre os quais ativistas, cientistas, empresários e governos.
Tecnologia e desenvolvimento
Marcos Formiga ressaltou que o desenvolvimento tecnológico se faz a partir de uma invenção científica, mas que pode se utilizar do conhecimento popular ou científico. “Pode, com total liberdade, apropriar e aperfeiçoar-se, modificar ou copiar, como o Japão Pós-Segunda Guerra Mundial sobre a contribuição anglo-saxônica, e práticas seguidas pela Coreia do Sul, Taiwan, outros Tigres Asiáticos, e, por último, pela China”, exemplificou.
De acordo com ele, o sucesso tecnológico asiático funcionou como atalho ao desenvolvimento científico e transformou esses países líderes em inovação tecnológica.