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Ministro apresenta novos projetos na primeira conferência da 64ª Reunião da SBPC

Expansão do Ciência sem Fronteiras, mais de R$ 1 bilhão em subvenções para inovação e a criação de um instituto de pesquisa de oceanos são alguns dos destaques. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, abriu a série de conferências do auditório principal da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) com a apresentação Ciência, Tecnologia e Inovação como Protagonistas do Desenvolvimento Sustentado. Nela, ele apresentou as principais novidades nos programas e políticas do MCTI.

Expansão do Ciência sem Fronteiras, mais de R$ 1 bilhão em subvenções
para inovação e a criação de um instituto de
pesquisa de oceanos são
alguns dos destaques.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação,
Marco Antonio Raupp,
abriu a série de conferências do auditório
principal da 64ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) com a apresentação Ciência, Tecnologia e Inovação como
Protagonistas do
Desenvolvimento Sustentado. Nela, ele apresentou
as principais
novidades nos programas e políticas do MCTI.

Assistido pelos presidentes do CNPq e da Capes,
Glaucius Oliva e Jorge
Guimarães, respectivamente, além do ganhador do
Prêmio Nobel de
Química de 2011, Daniel Shechtman, o ministro
afirmou que o
desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação é
o “eixo
estruturante do desenvolvimento sustentável do
País” e que para atender a suas principais demandas é preciso ampliar a
base
tecnológica, fortalecer o sistema de C&T,
articular políticas
industriais e elevar os níveis de qualidade da
educação.

“Tivemos um grande sucesso com o acesso universal à educação básica e
média e nossa questão agora é ir além. Não basta colocá-las na escola;
as crianças precisam saber exercer sua cidadania”, exemplifica Raupp,
acrescentando que a intenção é formar cientistas prontos para
enfrentar desafios reais.

Algumas medidas – Tendo a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação (ENCTI) como norte, o Ministério pretende colocar algumas
ações em prática, tais como a renovação dos Institutos Nacionais de
Ciência e Tecnologia (INCTs); a implementação de tecnologias
assistidas e o reajuste de bolsas da Capes e do CNPq (que saiu no
início de julho), entre outras.

A respeito dos institutos de pesquisa, Raupp
sublinhou que pretende
definir bem “o papel” deles, que deve se
diferenciar das niversidades. “Nunca foi definido claramente o papel dos
institutos,
há uma diversidade muito grande e quero trabalhar
na linha de qual é a
vocação de cada um”, detalha. A ideia de repensar o
papel dos
institutos foi chamada de “corajosa” pela
presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),
Helena Nader, que
apresentou a conferência.

Além disso, o ministro afirma que foi feita uma avaliação dos INCTs e
de 122 deles, 116 tiveram seus contratos renovados. “Estamos
trabalhando para atribuir a esses institutos responsabilidades em
projetos e incrementar suas estruturas”, exemplifica, dizendo que este
será “o ano dos institutos”.

Raupp também destacou novos desafios do programa Ciência sem
Fronteiras, que estará em países como Austrália, Alemanha, Canadá,
Holanda e Portugal, além dos Estados Unidos e Reino Unido. De acordo
com o ministro, estão sendo finalizados acordos com instituições do
Japão, China, Irlanda, Finlândia e Noruega e com institutos como o MIT
e as universidades de Oxford e Harvard.

Subvenções e Lattes – Entre os anúncios, o
ministro informou que R$
1,2 bilhão serão destinados à subvenção econômica
para a inovação,
distribuídos em três anos. Raupp também citou a
nova plataforma
Lattes, “já disponível” desde ontem (23), que
“criou novas possibilidades de avaliar a produção dos cientistas, com
abas
específicas para o registro de atividades como
inovação, patentes e
popularização da ciência”, “uma reivindicação
antiga de muitos.”

O ministro também aproveitou para falar do Programa Espacial
Brasileiro, citando o lançamento do CBERS-3 e do satélite
geoestacionário e seu importante papel na realização do Plano Nacional
de Banda Larga. Perguntado após a conferência sobre os próximos passos
em relação à participação do Brasil no Observatório Europeu do Sul
(ESO), Raupp informou que o processo ainda está sendo avaliado pela
Casa Civil e que ainda não tem orçamento. A respeito da entrada do
Brasil no Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern), ele adianta
que o MCTI “respondeu afirmativamente”, mas que avaliadores do centro
ainda virão ao País julgar se o Brasil tem condições de entrar.

Raupp destacou também a criação de um sistema de informação sobre a
biodiversidade brasileira, cujo objetivo passa por integrar as bases
de dados e disseminar o conhecimento sobre o tema, além de incorporar
de forma efetiva a informação no planejamento governamental e nas
políticas públicas. Outro destaque é a criação de um Instituto de
Pesquisa de Oceanos, que envolve o MCTI, a Marinha, o Ministério da
Defesa e empresas como a Petrobras e a Vale. O ministro anunciou que
será comprado um navio de R$ 100 milhões, grande parte com dinheiro
dessas empresas, que abrigará parte da infraestrutura do instituto.

(Clarissa Vasconcellos – Jornal da Ciência)