De acordo com Aldo Rebelo, novo texto constitucional atende aos anseios da comunidade científica e impulsiona avanços tecnológicos
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, destacou que a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 85 é uma conquista para sociedade.
A nova redação da Constituição Federal, alterada para incluir expressões, como “inovação”, e aperfeiçoar o tratamento das atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), foi promulgada em sessão do Congresso Nacional realizada nesta quinta-feira (26).
De acordo com Rebelo, a emenda amplia os horizontes e os compromissos do Estado brasileiro com a CT&I. “Esses são os três grandes desafios que traduzem as exigências que temos para o futuro do nosso País”, discursou o ministro no plenário do Senado. “Ciência, tecnologia e inovação estão necessariamente associados à construção de um país próspero, socialmente equilibrado e com uma democracia verdadeira.”
Entenda a EC 85
A EC 85 determina que pesquisa e inovação tecnológica seja assunto prioritário de Estado. A intenção é impulsionar a investigação científica nacional e a criação de soluções tecnológicas que melhorem a atuação do setor produtivo. As alterações também permitirão a integração entre instituições de pesquisa tecnológica e empresas, aliando os esforços para desenvolvimento do País, com apoio de governos federal, estaduais e municipais.
A emenda estabelece, como nova função do Estado, o estímulo à articulação entre os entes do setor de CT&I, tanto públicos quanto privados, na execução das atividades de pesquisa, capacitação científica e tecnológica e inovação, promovendo ainda a atuação no exterior dessas instituições. “A comunidade científica dispõe agora de um horizonte muito mais amplo e completo para as necessidades da ciência, tecnologia e inovação em todos os domínios da vida social”, afirmou Aldo.
Representantes da comunidade científica também participaram da sessão solene promovida pelo Congresso Nacional. Instituições como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisas Tecnológicas e Inovação (Abipti) trataram a emenda constitucional como prioridade para alterar o marco regulatório das atividades de CT&I.
As alterações servirão de “guarda-chuva jurídico” para projetos de lei que propõem aperfeiçoamentos em legislações que impactam diretamente na investigação científica e tecnológica.
“Sei que temos outras propostas relacionadas a CT&I que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado, e minha presença aqui nessa cerimônia é para também reafirmar a busca do apoio do Congresso Nacional para a nova legislação que estamos empenhados em promover”, afirmou o ministro Aldo Rebelo.
A emenda assegura ainda que a transferência ou remanejamento de recursos financeiros de um programa a outro dentre as atividades de CT&I não precisarão mais de autorização prévia do Legislativo.
Reconhecimento
O presidente do Senado, Renan Calheiros, lembrou que Estados, municípios e o Distrito Federal passam a ter mais envolvimento e responsabilidade com o setor de CT&I, podendo estimular a criação de parques e polos tecnológicos, e outros ambientes promotores da inovação, assim como o compartilhamento de estruturas, equipamentos e de recursos humanos especializados para a execução de projetos de desenvolvimento tecnológico e inovação.
“A emenda dá os meios para proporcionar o acesso a tecnologia, pesquisa e inovação em todos os entes federativas. Caberá a eles estimular a formação e fortalecimento da inovação nas empresas e demais entes públicos e privados. Não podemos mais deixar de prestigiar as atividades científicas, tecnológicas e de inovação”, afirmou.
Segundo a presidenta da SBPC, Helena Nader, a promulgação da Emenda Constitucional 85 é o reconhecimento do Congresso Nacional de que a ciência terá um impacto social no Brasil. “Havia inseguranças jurídicas para as mudanças que pretendemos. A mudança promovida pela emenda deixa claro que é importante investir em toda a cadeia, desde a ciência básica até a inovação”, disse.
Continuidade
Após a cerimônia, Helena pediu a deputados e senadores continuidade nos esforços para aprovar os projetos de lei (PLs) que tramitam no Congresso Nacional que podem alterar o marco regulatório de CT&I.
Um deles é o PL 2.177/2011. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o texto propõe aperfeiçoamentos de leis que regulam as atividades de pesquisa e desenvolvimento, como a Lei de Inovação (10.973/2004) e a Lei do Bem (11.196/2005).
Os parlamentares também analisam o PL 8.252/2014, que propõe procedimentos “ágeis e modernizados” para a contratação e aquisição de produtos de pesquisa e desenvolvimento. As questões relacionadas ao acesso do patrimônio genético da biodiversidade brasileira para pesquisas estão sendo tratadas no PL 7.735/14 (Lei de Acesso à Biodiversidade). O texto já foi apreciado pelos deputados e agora tramita em regime de urgência no Senado.