A Declaração Final do 6º Fórum Mundial de Ciência, que terminou hoje (27), pede que a comunidade científica faça uma autorreflexão para avaliar as responsabilidades, deveres e regras de conduta. O evento começou no domingo e teve a participação de mais de 700 cientistas, de 120 países.
A presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, relata a reunião como muito intensa e proveitosa. “Nós olhamos o mundo e discutimos como se pode fazer uma qualidade de vida melhor para o mundo em todos os aspectos, desde o meio ambiente até o ser humano”.
De acordo com Nader, os temas foram debatidos sob a perspectiva mundial, resultando em recomendações globais. Um dos principais pontos foi a sustentabilidade para promover mais igualdade entre as nações. “Não adianta a ciência servir para poucos, a ciência global tem que estar disponível para todos. Hoje teve apresentação de países da África muito interessantes, colocando como neles cada país está investindo mais em ciência voltada para resolver o problema das desigualdades. Várias propostas surgiram também em relação a isso. Como compartilhar informação”.
Outro destaque, segundo Helena, foi a promoção da educação de qualidade, que começa com a valorização do professor e a motivação da criança, além da incorporação das tecnologias dentro da escola. “No Brasil, nós estamos tendo a criança dentro da escola. Ela está tendo acesso à alimentação mais correta, mais balanceada, mas nós não estamos motivando a criança a fazer ciência. E ciência entra em tudo. A língua é uma ciência. Nós temos que resgatar isso e aí nós vamos realmente mudar o nosso país”.
O Fórum Mundial de Ciência também discutiu questões como a qualidade de vida no envelhecimento da população e a ética na ciência, com o compartilhamento de informações. De acordo com a presidenta da SBPC, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), uma das parceiras do evento, recolhe os resultados da reunião e propõe programas mundias para o desenvolvimento das áreas.