Um trabalho diferenciado para estimular o interesse pela ciência entre os estudantes das escolas públicas da capital fluminense tem sido uma das prioridades da Regional SBPC Rio com o ‘Projeto SBPC vai à Escola’. Entre os atrativos da troca dos saberes acadêmicos e escolares estão palestras, apresentação de vídeos, bate-papo com alunos e a descoberta de novos talentos para a ciência.
Só em 2010 foram ministradas 60 palestras em instituições de ensino carioca, atendendo mais de 1.800 alunos. O sucesso da experiência de levar informação e ciência para os estudantes começa no nome do projeto: SBPC vai à Escola, explica o secretário da Regional SBPC Rio e pesquisador do Instituto de Física da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), professor João Torres de Mello Neto.
“É proposital. Por um lado os cientistas aprendem muito sobre a realidade do ensino público, por outro os alunos se informam sobre os mais diversos assuntos pelos ‘olhares da ciência’. Temos casos de pesquisadores que após a visita na escola despertaram novos bolsistas em projetos de iniciação científica no Ensino Médio”, conta.
Segundo ele, entre os assuntos que fazem sucesso estão cosmologia, ação de drogas no cérebro, relatividade, sexo, entre outros. “Temos cadastrados cerca de 140 pesquisadores e professores universitários que adaptaram seus objetos de estudo em palestras organizadas por áreas do conhecimento. As escolas acessam o tema de interesse e veem todas as opções disponíveis”, disse.
Para os pesquisadores, o Projeto SBPC vai à Escola é um estímulo para a melhoria da educação nas escolas, pois acreditam que a partir dessa troca é possível fazer com que o professor também tenha novas informações, atividades, experiências e conteúdos para fazer com que seus alunos sintam mais prazer nas descobertas.
“A ideia é sair um pouco da rotina da escola, oferecer uma oportunidade para que os estudantes interajam de uma maneira diferenciada e significativa para o seu aprendizado, além de proporcioná-los a oportunidade de interagir com um cientista de carne e osso”, conta. “O contato de um adolescente com um cientista pode ter impacto em ambos. Creio também que oferecemos ao pesquisador uma experiência que nem sempre ele tem acesso. A ciência é financiada pelos impostos dos cidadãos e é importante que haja um retorno para a sociedade. Essas palestras são uma das formas desse retorno”, completa.
Futuro – O projeto tem sido financiado por agências de fomento como a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), além do convênio da SBPC com a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).
“Temos atuado de forma consistente para despertar cada vez mais o interesse dos estudantes pela ciência por meio das Reuniões Anuais e Regionais e outros projetos em todo o Brasil. Creio que estamos no caminho certo para elevar o nível de produção científica no país”, afirmou João de Mello Neto.
As palestras podem ser ministradas apenas no Rio de Janeiro. O responsável pela instituição precisa verificar os temas disponíveis no site da Regional SBPC Rio (www.sbpcrj.org.br), na seção ‘Solicitar Palestras’. Após escolher o tema é necessário enviar via e-mail o formulário de solicitação preenchido para a secretaria. Assim que o formulário for encaminhado para o palestrante desejado, a escola recebe um e-mail confirmando recebimento e informando que em breve o palestrante entrará em contato.
Ascom SBPC