Para cientistas, o Importa Fácil é, na verdade, bem difícil, assim como o CNPq Expresso; barreiras são tantas que pesquisadores desistem de aderir
Prometidos e anunciados como soluções para a burocracia no processo de importação de substâncias e equipamentos científicos – um dos grandes entraves à pesquisa no Brasil –, programas como Ciência Importa Fácil e CNPQ Expresso, ambos gerenciados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento e Tecnológico (CNPq), e o Importa Fácil Ciência, dos Correios, ainda não atendem efetivamente as necessidades dos cientistas, embora muitos desses mecanismos não sejam recentes.
Lançado em 2011, o CNPq Expresso, que é um selo de identificação do material científico que chega ao país, pretendia encurtar prazos de importação e alfândega, e evitar que o material científico importado pelos pesquisadores se misturasse às demais importações. Na prática, porém, a burocracia com a papelada a ser preenchida continua. Com isso, 89% dos 165 pesquisadores de 35 instituições científicas ouvidos em pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2014, nunca chegou a usar o programa.
Talvez porque muitos deles já tenham tido experiências negativas com outro programa mais antigo do CNPq – o Ciência Importa Fácil, lançado em 2004. Conforme pesquisa da UFRJ, a principal forma de aquisição de reagentes importados pelos pesquisadores em 2014 foi por meio de filiais de empresas no Brasil (51%), enquanto apenas 5% deles disse usar o Ciência Importa Fácil.
Veja o texto na íntegra: O Tempo