Ao invés de ser colocado como integrante passivo, o estudante universitário – agora – é convidado para assumir papel de protagonista na sala de aula
Os laços estão cada vez mais estreitos. A comunicação é fluida, diversa e feita por plataformas das mais variadas. No mundo dos cliques instantâneos, o processo de ensino e aprendizagem sofre influência direta. Diferente do passado recente – quando o professor era figura central e os alunos vistos como depósitos de conteúdo – a sala de aula atual tem se tornado espaço para trocas múltiplas. Como instituição integrante de uma sociedade, a universidade não pode (e não consegue) fechar os olhos para as transformações. A maneira de comunicar está mudando e, no mesmo bojo, muda a dinâmica do ensino superior. É preciso estar atento.
O modelo tradicional de ensino, pautado na aula expositiva de um assunto específico, visto de forma isolada, está sendo substituído por estratégias em que o aluno é convidado a se posicionar como protagonista do processo, atuando em problemas que exigem conhecimentos de disciplinas diferentes, proatividade e habilidades que ultrapassam a mera execução de procedimentos específicos de uma determinada área de atuação – defende Leilane Barbosa de Sousa, coordenadora de Projetos e Acompanhamento Curricular da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
O professor não pode ser mais o único detentor do conhecimento. “A internet está disponível para todos e a produção de conhecimento pode ser acompanhada quase que imediatamente em qualquer local do mundo, pois as distâncias geográficas praticamente deixaram de existir. Mas o verdadeiro professor nunca deve ser o retroprofessor, que dá suas aulas usando projetores. O ensino tradicional não vai acabar, embora esteja sendo transformado. Não resta dúvida de que a tecnologia veio para ajudar, mas ficar totalmente dependente é perigoso”, pondera José Antônio Aleixo, diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).