“Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido” é o tema escolhido para a 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento será realizado entre os dias 23 e 29 de julho de 2023, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. Com conferências, mesas-redondas, webminicursos, painéis e sessões de pôsteres, a programação será preparada com o objetivo de mostrar quanto que a ciência e a democracia são importantes para o desenvolvimento de um país.
Seguindo o tema central do evento, a Comissão de Programação Científica da 75ª RA também definiu os tópicos que serão discutidos nos painéis e mesas-redondas. Entre os assuntos a serem abordados estão as “Mudanças climáticas e a descarbonização da economia”; “ Riscos climáticos em áreas urbanas”; “Construção de instituições e cultura política democráticas”; “Direito à educação: melhoras no processo de ensino-aprendizagem na educação básica”; “Desafios e mudanças no ensino superior”; “Cultura: preservação, criação e acesso”; “Ciência Básica e os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”; “Inclusão social e diferentes dimensões das desigualdades “; “Fome”; “Desafios para infraestrutura de pesquisa em todas as áreas”; e “Desarmamento da população”, além de outros que podem ser propostos.
Segundo Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, o tema escolhido destaca as pedras fundamentais para o avanço justo e sustentável de uma nação, a ciência e a democracia, valores que têm sido colocados sob ataque nos últimos anos em nosso país. “Tivemos iniciativas, até mesmo do governo federal, contrárias à ciência, que desviaram o Brasil do caminho que vinha trilhando para uma democracia, sobretudo na inclusão dos mais pobres, com maior igualdade social e desenvolvimento. A contribuição da ciência para a sociedade é inquestionável, na medida em que possibilita avanços nos campos da saúde, da alimentação, do ambiente, da tecnologia, da energia e muitos outros, melhorando a qualidade de vida das populações e enriquecendo as sociedades intelectual e culturalmente”, afirma.
Cláudia Linhares Sales, secretária-geral da SBPC e coordenadora-geral do evento, afirma que assuntos escolhidos são essenciais para a retomada do desenvolvimento do País. “Além de debatermos temas como a preservação dos biomas e biodiversidade, a construção de um sistema energético sustentável e saúde, por exemplo, vamos também tratar de assuntos relacionados à educação e democracia, que são elementos importantes neste momento principalmente, porque o Brasil vive tempos de grandes desafios”, comenta.
Linhares salienta ainda que é imprescindível debater os valores democráticos e seu papel fundamental no âmbito do desenvolvimento da nação. “Nesse contexto, precisamos mostrar que a democracia, além de representativa, pode ser direta e participativa. Queremos deixar claro que democratizar é dar acesso amplo e irrestrito a condições dignas a toda a população, por exemplo, à saúde e educação, permitindo que todos realizem seu potencial”, comenta.
A Reunião Anual chega à sua 75ª edição e a expectativa é que seja um evento inesquecível. O encontro fará parte das celebrações dos 110 anos de fundação da UFPR e dos três quartos de século da SBPC.
“É uma grande satisfação e honra para a UFPR sediar a Reunião Anual da SBPC em 2023 no ano em que comemoramos 110 anos de vida. Vamos celebrar o valor da ciência no maior encontro de cientistas e estudantes da América Latina”, afirma o reitor da universidade, Ricardo Marcelo Fonseca. Para garantir a grandiosidade do evento, ele conta que já existem parcerias firmadas, como, por exemplo, com o Governo do Estado do Paraná.
Janine Ribeiro acrescenta que não poderia haver melhor maneira de celebrar os aniversários de uma das mais antigas instituições de Ensino Superior do País e da mais abrangente sociedade científica do Brasil do que projetando um futuro mais justo e desenvolvido para nossa sociedade. “Será um momento oportuno para discutirmos temas importantes para a reconstrução de tudo que foi destruído e prejudicado nos últimos anos por conta da pandemia e da descontinuidade de projetos, dentre outros problemas”, diz.
Vivian Costa – Jornal da Ciência