O ano de 2021 começou com uma mistura de emoções na sociedade: a grande esperança pela chegada de vacinas contra a covid-19 e a desconfiança por parte das pessoas pela velocidade no desenvolvimento destas vacinas. Ambos os sentimentos são extremamente compreensíveis, mas cabe a nós, especialistas da área cientifica, juntamente com os meios de comunicação e os representantes políticos, trazer informações confiáveis e acessíveis para que as pessoas compreendam que a resposta da ciência contra essa pandemia tem sido espetacular, que ajudou a salvar muitas vidas em 2020 e assim continuará em 2021.
Hoje, a ciência está no dia a dia da sociedade de uma forma que nunca imaginávamos. Tem um lado muito bom, pois a sociedade compreende que a ciência é parte de nossas vidas. Porém, tem um lado que nos expõe como país que politicamente pensa e age como nação de “quinta categoria” quando o assunto é suporte para o desenvolvimento científico. Não conseguem compreender nem desenvolver projetos tendo a ciência como motor para saída da crise em longo prazo.
O posicionamento do Governo Federal e de muitos governos estaduais está condenando gerações a serem apenas consumidores do que ciência e tecnologia produzem, tornando o Brasil um “minúsculo” produtor tecnológico. Mesmo tendo excelentes universidades, institutos de pesquisa como Fiocruz, Butantan, ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), entre outras.
Imaginávamos que poderia ser diferente após essa pandemia, devido a todo destaque e importância na luta contra o coronavírus que a ciência tem mostrado nesse momento. Mas não esperaram nem a sociedade esquecer disso e a poeira baixar. Foram lá e esfaquearem ainda mais o desenvolvimento científico do país.
Só para ter uma ideia, de acordo com a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em 2021 o governo brasileiro vai aprofundar ainda mais os cortes na ciência, tecnologia e inovação (CTI), propondo a retirada de R$ 4,8 bilhões do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que é o principal mecanismo de aporte à ciência, tecnologia e inovação (CTI) no Brasil.
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