Neste 7 de maio, cientistas, professores, estudantes e congêneres de todo o Brasil promovem na internet a Marcha (virtual) pela Ciência. Nos últimos dois meses, séculos passados e a esforço de gerações em prol de futuro melhor desfilam aos nossos olhos. A peste, pandemia do século XIV, e a epidemia da varíola no século XIX, que matou, apenas em Fortaleza, cerca de 60 mil pessoas, nos assombram. Sob péssimas condições sanitárias e econômicas, níveis elevados de pobreza e fome, e um Sistema Único de Saúde (SUS) carente de recursos (embora universal), o Brasil e a capital cearense fornecem condições propícias para experimentarmos nova catástrofe.
Na crise atual, adubada por enorme desigualdade social incrustada na cultura e na organização política do Brasil, já se desenha aqui na evolução da pandemia causada pela Covid-19, o mesmo que se vê nos Estados Unidos: são os mais pobres e vulneráveis que já sofrem as piores consequências da doença avassaladora. Castigados pela crise econômica e social, perderão vidas e acesso a condições dignas de sobrevivência.
O isolamento social – recomendado pela OMS, sociedades e organismos científicos e de saúde – é boicotado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, gerando na população dúvidas sobre a conduta mais adequada e levando-a irresponsavelmente à desgraça. Ante esse cenário e seu desenrolar sombrio, a sociedade civil recorre à ciência, à solidariedade e à democracia. Assim, nasceu o Pacto pela Vida e pelo Brasil no último dia 7 de abril, lançado por entidades como: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC).
Veja o texto na íntegra: Brasil de Fato