São Paulo foi palco do evento que revolucionou a arte no país. Depois da Semana de Arte Moderna de 1922, o cenário cultural do Brasil não poderia ser o mesmo. Porém, o modernismo brasileiro não pode ser limitado à Semana de 1922 — tampouco a São Paulo. Isso é o que mostra o artigo especial da segunda edição da revista Ciência & Cultura: A semana de Arte Moderna e o Século Modernista — Extensões.
Na época, São Paulo estava se transformando rapidamente: seu acelerado crescimento econômico e industrial trazia novos costumes, novas relações políticas e novas influências. Além disso, a cidade recebia intenso fluxo de imigrantes de várias partes do mundo, e via crescer uma nova classe social: a burguesia. Toda essa efervescência fazia da capital paulista o cenário ideal para concentrar artistas e intelectuais que queriam renovar o panorama artístico nacional da época.
Assim, a Semana de Arte Moderna mobilizou ideias e pessoas que pretendiam afirmar o lugar central de São Paulo no imaginário da modernização brasileira. Mas isso acabou deixando de lado que a modernização no país se fazia de forma desigual e violenta. E também deixou de fora outras concepções e práticas artísticas bastante modernas que aconteciam em outas regiões brasileiras. Se por um lado o modernismo valorizou nossa herança afro-brasileira e indígena, por outro não deu a devida atenção aos artistas negros, indígenas e mulheres.
“Muita gente ficou de fora da festa; outras concepções e práticas artísticas que eram também, à sua maneira, bastante modernas, acabariam relegadas a segundo plano nas histórias canônicas da literatura e da cultura”, escrevem Lilia Schwarcz, professora do Departamento de Antropologia Social da Universidade de São Paulo (USP), e Pedro Meira Monteiro, professor titular de literatura brasileira na Princeton University (EUA), em artigo especial para a revista.
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Ciência & Cultura