Anísio Teixeira é o destaque de outubro de 2024 do calendário “Amigos da Ciência – os presidentes da SBPC”, produzido pela SBPC. A versão em PDF do calendário de 18 meses (2024-2025) pode ser baixada gratuitamente no site da entidade.
Educador e jurista brasileiro, Anísio Spínola Teixeira (1900 – 1971) presidiu a SBPC entre os anos de 1955 e 1959, depois de integrar o conselho por dois anos. Já considerado um dos maiores educadores do Brasil quando foi eleito, Anísio possuía uma extensa trajetória na construção dos alicerces educacionais do país. Depois de ser inspetor-geral de Ensino da Bahia (1924-1928), cargo equivalente ao de Secretário da Educação, e já diretor-geral de Instrução Pública do Distrito Federal (1931- 1935), foi um dos 26 signatários do manifesto A Reconstrução Educacional no Brasil: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – Ao Povo e ao Governo (1932), documento pioneiro da Escola Nova no Brasil. Em 1935, liderou a criação da Universidade do Distrito Federal (RJ), extinta quatro anos mais tarde. Em 1947, tornou-se secretário da Educação da Bahia, oportunidade em que criou a Escola Parque, marco das intuições educacionais brasileiras, e inspirou diretamente a redação do capítulo Educação e Cultura da Constituição do Estado da Bahia, promulgada naquele mesmo ano.
Organizou, em 1951, a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que originou a Coordenação (Capes), da qual foi o primeiro presidente. No ano seguinte, assumiu a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), onde permaneceu até 1964. Em 1955, implantou o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) no Rio de Janeiro. No final da década de 1950, em parceria com Darcy Ribeiro, estruturou e coordenou a criação da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi reitor em 1964, deposto no mesmo ano pelo golpe militar que abalou quase fatalmente o funcionamento da universidade. Existem sólidas suspeitas de envolvimento do regime ditatorial na morte de Anísio em março de 1971, cujas circunstâncias jamais foram completamente esclarecidas.
Nesta edição, a publicação destaca que no decorrer de seus 76 anos de história, a SBPC pôde contar com a colaboração de muitos homens e mulheres empenhados na construção de um país mais justo e desenvolvido. Os amigos da ciência congregados pela entidade são cientistas, pesquisadores, estudantes, professores e interessados que têm seu esforço materializado nas muitas conquistas colecionadas pela SBPC na sua longa trajetória de lutas.
“A ação conjunta da entidade é sempre representada pelo seu presidente. Mais do que um reconhecimento acadêmico, a posição de presidente da SBPC sinaliza um reconhecimento comunitário da dedicação dessas figuras para a construção da ciência no Brasil. Aqueles que ocuparam o cargo tinham em comum o envolvimento com a divulgação, popularização e financiamento da ciência no Brasil, a defesa da educação e do meio ambiente, o empenho para o aprimoramento das políticas públicas brasileiras e, o que sintetiza tudo isso, o compromisso com a democracia. Por esse motivo, na edição deste ano do calendário, a SBPC homenageia os 18 cientistas que a presidiram entre 1948 e 2021”, destaca o calendário.
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Jornal da Ciência