As abelhas “sem-ferrão” dos biomas brasileiros

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura aborda a biodiversidade brasileira de abelhas “sem-ferrão”, essenciais para o funcionamento dos ecossistemas e com grande potencial econômico. Acesse gratuitamente!

WhatsApp Image 2023-12-13 at 09.25.10A abelha africanizada, conhecida por sua produção de mel e pela ferroada dolorida, destaca-se como a abelha mais popular no Brasil. No entanto, muitos desconhecem que existem mais de 2.500 espécies de abelhas estimadas no território brasileiro, das quais apenas cerca de 10% são sociais e produzem mel. Entre as abelhas sociais, os meliponíneos, também chamados de abelhas “sem-ferrão”, são o grupo mais diverso, somando mais de 250 espécies. Isso é o que discute artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “Biomas do Brasil”.

Descrever a distribuição dessas espécies em cada bioma torna-se desafiador devido à complexidade dos domínios fitogeográficos. A Amazônia, maior bioma brasileiro, abriga a maior diversidade de abelhas “sem-ferrão”, com aproximadamente 200 espécies, sendo mais de 100 exclusivas. Destacam-se espécies do gênero Melipona, como a uruçu boca-de-renda, evidenciando a íntima relação dos meliponíneos com os povos nativos. “A Amazônia detém a maior diversidade de abelhas “sem-ferrão” do país, uma vez que possui registros de aproximadamente 200 espécies, sendo mais de 100 espécies de ocorrência exclusiva”, apontam os autores do artigo.

O Cerrado, segundo maior bioma, exibe uma biodiversidade considerável de abelhas “sem-ferrão”. No entanto, a expansão agrícola coloca em risco espécies como a uruçu amarela. Na Caatinga, a jandaíra destaca-se como a abelha mais popular, desempenhando papel crucial na polinização da flora. A Mata Atlântica, mesmo após desmatamento, abriga espécies únicas, como a guaraipo e a uruçu nordestina, embora algumas estejam ameaçadas de extinção. O Pantanal, bioma inundado, tem registros escassos de abelhas “sem-ferrão”, destacando a Plebeia catamarcensis. O Pampa, bioma subtropical, apresenta menor riqueza de espécies, como a Mourella caerulea. Algumas abelhas, como a jataí e a arapuá, ocorrem em diversos biomas.

Apesar dos esforços de coleta e estudos, compreender os fatores que determinam a distribuição dessas abelhas permanece desafiador. Algumas espécies atravessam os limites dos biomas, evidenciando a complexidade dessa relação e sugerindo que os fatores climáticos e geográficos desempenham um papel crucial. Este panorama ressalta a importância da preservação dos biomas para a manutenção da diversidade das abelhas “sem-ferrão” e destaca a necessidade contínua de pesquisas para entender melhor essa complexa interação. “A meliponicultura pode ser promovida como uma atividade de conservação das espécies nativas”, defendem os autores.

Leia o artigo completo:

https://revistacienciaecultura.org.br/?artigos=as-abelhas-sem-ferrao-dos-biomas-brasileiros

Ciência & Cultura