Com a independência do Brasil, as expedições científicas de estrangeiros – que antes encontravam a resistência da coroa portuguesa – começaram a afluir para cá. Muitos eram os interessados em desbravar as maravilhas naturais desse paraíso exótico. Dessas viagens resultaram coleções, herbários, imagens e publicações, que estabeleceram um padrão para o conhecimento da natureza brasileira. Isso é o que conta o artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura: 200 anos de ciência e tecnologia no Brasil.
Segundo Lorelai Kury, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz e professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (COC/Fiocruz), a Europa era o lugar de produção desse conhecimento e os naturalistas europeus tornaram-se os grandes especialistas na flora e fauna brasileiras. Um cientista que nunca tivesse vindo ao Brasil poderia se converter autoridade sobre plantas e animais brasileiros, se tivesse acesso a métodos e materiais aceitos pela história natural.
Isso só começou a mudar em meados de 1850, quando um grupo de intelectuais brasileiros decidiu fazer uma expedição científica exclusivamente nacional – a Comissão Científica do Império. Esse foi o início de um movimento que propunha uma mudança de visão: em vez de olhar para fora, buscando alcançar aquilo que outros tinham proposto, buscar olhar para o próprio Brasil, a partir do Brasil. E isso continua alinhado com o pensamento vigente nos dias de hoje. “Pensar a independência científica do Brasil deve incluir uma reflexão histórica sobre o tipo de conhecimento que produzimos e sobre o que queremos para o século XXI”, afirma Kury, em artigo para a revista.
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https://revistacienciaecultura.org.br/?artigos=as-expedicoes-naturalistas-no-brasil-no-seculo-xix