As mudanças climáticas e a biodiversidade

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura mostra que metas ambiciosas podem proteger a biodiversidade e os biomas brasileiros

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As mudanças climáticas são uma realidade urgente e o maior desafio do século. Desde o século passado, cientistas alertam para os riscos das emissões de gases de efeito estufa, que têm acelerado o aquecimento global e afetado tanto os ecossistemas quanto a vida humana. No Brasil, os impactos já são evidentes: secas severas, como a de 2023 na bacia do Rio Amazonas, e eventos extremos de chuva, como os que causaram a maior tragédia no Rio Grande do Sul. As projeções climáticas para o país indicam aumento das temperaturas e desequilíbrios nas chuvas, com consequências graves para a biodiversidade e as populações locais. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema “Mudanças climáticas e a transversalidade do conhecimento”.

“As populações humanas e a biodiversidade já estão sentindo os efeitos do que considerávamos ser mudanças climáticas ‘futuras’”, afirmam Artur Malecha doutorando em ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Mariana M. Vale, professora do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora da Sub-rede de Biodiversidade da RedeCLIMA (MCTI). O Acordo de Paris, firmado na COP 21, oferece uma chance de mitigar esses impactos ao buscar limitar o aumento da temperatura global a 2°C. Para o Brasil, isso significa reduzir as emissões líquidas em 92% até 2035, com foco no combate ao desmatamento e na transição energética. Sem esse esforço, biomas como o Pantanal e a Amazônia podem enfrentar degradações irreversíveis, afetando espécies, clima e até a segurança hídrica.

Estudos recentes apontam que o Brasil, especialmente na Mata Atlântica e no Cerrado, tem se destacado nas pesquisas sobre os efeitos climáticos na biodiversidade. Contudo, há lacunas de conhecimento em áreas como o Pantanal e o Pampa. A criação de estratégias de adaptação, como a ampliação de Unidades de Conservação, é essencial para proteger espécies e ecossistemas frente a essas mudanças, garantindo a sobrevivência da biodiversidade brasileira e seu papel no equilíbrio ambiental global. “É urgente adotar medidas de adaptação climática, ou seja, que aumentem a resiliência dos sistemas naturais (e humanos) às mudanças climáticas em curso”, alertam Artur Malecha e Mariana M. Vale.

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