Carolina Bori, uma das figuras mais influentes na Psicologia brasileira, deixou um legado através de seu trabalho como psicóloga e educadora. Júlio C. de Rose, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Olavo de Faria Galvão, professor do Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA), compartilham suas experiências com Carolina Bori, destacando seu impacto na formação de pesquisadores e no desenvolvimento da psicologia científica no Brasil, em artigo para a nova edição da Ciência & Cultura. O número especial celebra o centenário de Carolina Bori, que foi a primeira presidente mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Os pesquisadores conheceram Carolina Bori em um momento crítico, quando o Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) passava por uma crise com a demissão de vários professores. Após ocuparem um dos laboratórios abandonados e realizarem uma pesquisa, apresentaram seus resultados na Reunião Anual da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto, onde Carolina Bori estava presente. Interessados no mestrado em Psicologia Experimental da USP, foram encorajados por ela a seguir em frente.
Carolina Bori foi uma líder na análise do comportamento no Brasil, mas sua dedicação à ciência psicológica ia além de qualquer abordagem específica. Ela via a ciência como um meio de promover o desenvolvimento do país e o bem-estar das pessoas. Sua maior contribuição foi a formação de pesquisadores, orientando 49 dissertações de mestrado e 47 teses de doutorado na USP, sempre com foco na independência e competência dos alunos. “Talvez a maior contribuição de Carolina para o desenvolvimento da análise do comportamento tenha sido a formação de pesquisadores”, afirmam.
Carolina Bori também teve uma atuação significativa nas políticas científicas e educacionais do Brasil. Participou da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Psicologia e esteve envolvida na elaboração dos capítulos sobre ciência e educação durante a Constituinte, resultando na criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e dos Fundos Estaduais de C&T. Sua trajetória de Carolina Bori como educadora e orientadora exemplifica um compromisso profundo com o desenvolvimento científico e social do Brasil. “O papel destacado na formação de cientistas para promover o desenvolvimento científico não apenas da análise do comportamento, mas da psicologia em geral estava, acreditamos, ligado à visão que ela tinha do papel da ciência na promoção do desenvolvimento do país e do bem-estar das pessoas”, finalizam.
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