Desde os meus tempos de criança ouvia, primeiro do meu pai e depois na escola, que a educação nos legará um futuro melhor. A noção de que por meio do ensino viria uma mudança real na sociedade foi fortemente semeada no Brasil, por Paulo Freire, na década de 1960, e cultivada de forma sincera por muitos brasileiros. A ânsia por um país melhor sempre emerge a cada ciclo eleitoral. Quem olha de fora nosso cenário corrente custa a acreditar que o progresso via educação seja realmente um objetivo da sociedade brasileira.
A pouca eficiência do poder público com a educação, visível nas escolas públicas todos os dias e até mesmo nas privadas, foi evidenciado por um estudo do Inesc sobre o recuo do investimento nessa área pelo quinto ano consecutivo. O ano de 2021 teve o menor montante dos últimos 10 anos.
A crise causada pela pandemia da covid-19 poderia ser uma justificativa para reduções drásticas em educação, mas não é. Os cortes não ocorreram por falta de verba, afinal o orçamento de 2022 é o maior da história. Mesmo assim, o governo insiste em vetar investimentos para serviços básicos.
Se o governo federal não vetasse os recursos aprovados no Congresso Nacional, em 2022, R$ 402 milhões seriam destinados à educação básica, afetando positivamente todo o ecossistema, incluindo infraestrutura educacional, programa de transporte escolar, ofertas de ensino integral para adolescentes, ensino médio, dentro outros programas que fazem parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Os cortes na educação vão muito além dela. Eles não só reduzem a perspectiva de oferta de uma educação pública de qualidade, como têm consequências sociais e econômicas severas.
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