Em resposta a questionamentos da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências), Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em carta, que o astronauta Marcos Pontes, primeiro brasileiro a ir ao espaço, é o provável ministro da Ciência em um governo seu.
As perguntas enviadas a Bolsonaro e também a Fernando Haddad (PT) tratam do financiamento da ciência, da origem dos recursos e da importância que o candidato dará à educação pública.
O capitão reformado disse ainda que Pontes foi escolhido por meritocracia, e não por “toma lá dá cá”. Segundo a carta, o astronauta pediu que o governo fosse agressivo na estratégia de investimento na área e afirma que países desenvolvidos investem até 3% do PIB em ciência, tecnologia e inovação (CTI) —hoje, o Brasil investe cerca de 1%. A meta de Bolsonaro é chegar ao final do mandato com o novo patamar.
Para o presidenciável, é preciso “garantir que os resultados práticos da tecnologia cheguem à população e no setor econômico, justificando os gastos públicos perante o povo (dono do dinheiro), e motivando o investimento privado.” Segundo o documento, devem ser fomentadas parcerias com outros ministérios, de combate à seca, de desenvolvimento de equipamentos de saúde para uso em áreas remotas e de saneamento.O plano de governo inicialmente divulgado por Bolsonaro não traz detalhes das propostas do candidato para a ciência. O texto afirma que não há mais espaço para que a área seja “comandada de Brasília e dependente exclusivamente de recursos públicos” e enaltece empreendedorismo e o desenvolvimento científico em parceria com empresas.
Haddad, por sua vez, reafirmou que planeja elevar os investimentos nacionais em CTI gradualmente até 2030, até atingir 2% do PIB, que seria o patamar necessário para garantir competitividade do Brasil no cenário internacional. Essa tem sido a principal bandeira defendida pelo candidato na área.
Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo