O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, participou na última quarta-feira (22/05) de uma audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, com o objetivo de debater o papel do Legislativo na realização da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI).
Em sua fala, Janine Ribeiro afirmou que o Brasil precisa entender quais são as suas prioridades nacionais no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e, assim, definir adequadamente a sua estrutura política. O presidente da SBPC também citou dados do ranking realizado pela consultoria Austin Rating, divulgados em março, que colocaram o Brasil como a 9ª maior economia do mundo.
Entretanto, apesar dos números apontarem o crescimento do País, essa escalada não é percebida no dia a dia das pessoas. “O Brasil é um país que soma um desenvolvimento econômico elevado, devido à grandeza do país, a uma renda per capita que não é tão boa”, destacou.
Para Janine Ribeiro, justamente por conta de sua capacidade territorial, populacional, cultural e econômica, o Brasil tem muitos pontos em que pode ser protagonista mundial, como as áreas de biodiversidade e diversidade cultural. “A elaboração da Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia e da Política Nacional de Ciência e Tecnologia deve atender a esse protagonismo possível do Brasil.”
Entre os caminhos apontados pelo presidente da SBPC está a integração interministerial e de órgãos federais, municipais e estaduais, o atrelamento das políticas científicas com o setor produtivo, com ênfase na iniciativa privada, mais programas de pós-graduação, estágio sênior e colaborações internacionais, entre outras frentes.
“Precisamos que a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação desenhe um Sistema Nacional de CT&I complexo e que envolva diferentes áreas e atores. Mas, é preciso lembrar que o tempo urge, nós estamos quase na metade do atual mandato presidencial, então é importante que isso seja definido logo para que possamos garantir a sinergia necessária para esse avanço científico.”
Rafael Revadam – Jornal da Ciência