Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), afirmou que o Brasil precisa investir em tecnologias nas escolas, durante entrevista ao telejornal Jornal da Cultura, da TV Cultura, dessa segunda-feira, 29 de janeiro, em reportagem sobre a Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024, que discute, desde domingo em Brasília, metas para reestruturar um dos setores que mais sofreram com cortes orçamentários nos últimos anos.
Segundo a repórter Mayana Leocádio, uma das principais preocupações é como planejar a educação aliada às tecnologias. Uma pesquisa do Centro Gestor da Internet do Brasil feita em 2022 mostrou que 94% das escolas de ensino fundamental e médio estão conectadas a rede, mas apenas 58% delas contam com computador e internet para uso dos alunos e dos professores. As mais prejudicadas são as municipais (49%), as que estão nas cidades do interior (61%) e as rurais (38%). Segundo o levantamento, 84% dos professores reclamam da falta de computadores e 75% de cursos para uso de tecnologias digitais. Já a preocupação dos alunos é o fato dos professores não usarem internet em sala de aula e da instituição proibir o uso da rede.
Janine Ribeiro disse que quando se fala em tecnologias, laboratórios de internet em escolas, é preciso lembrar que são poucas as que realmente dispõem dessas ferramentas. “É preciso colocar dinheiro nisso tudo. Isso não é gasto, é investimento”, afirmo.
O presidente da SBPC também alertou que é preciso planejamento estratégico para utilizar e trabalhar essas tecnologias com os professores e estudantes. “É um pouco delicado essa história de achar que a tecnologia vai resolver tudo. Nós temos de garantir um sentido humanista para tudo isto.”
O encontro, promovido pelo Ministério da Educação, pretende contribuir para a elaboração do novo Plano Nacional de Educação – PNE 2024-2034, promovendo debates sobre a avaliação, os problemas e as necessidades educacionais do Plano vigente. Ainda segundo a reportagem, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância de uma política de Estado para garantir o ensino como direito humano e como justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável.
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