O destaque do segundo mês de 2023 do calendário “Ciência, povos originários e defensores da floresta”, produzido pela SBPC, é Marechal Rondon e a criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI). A versão em PDF do calendário de 18 meses (2023-2024) pode ser baixada gratuitamente no site da entidade.
Militar, sertanista e descendente de europeus miscigenados com indígenas, Cândido Rondon nasceu em Mato Grosso, em 1865. Com 16 anos, ingressou no Colégio Militar no Rio de Janeiro, formando-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais.
Na década de 1890, participou da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, em áreas remotas, e foi responsável por integrar o então desconhecido sertão do Brasil à capital, Rio de Janeiro. Estas expedições de trabalho abriram muitas estradas, que se estenderam para as divisas do Mato Grosso com a Bolívia e Paraguai, depois Rondônia e Amazonas.
Nessas incursões, travou contato com diferentes tribos indígenas como os Bororo, já então contatados, que colaboraram nas empreitadas de Rondon. Embora tenha sido adepto de uma perspectiva integracionista, em voga na época, sua conduta pacifista é ainda admirável.
O lema “Morrer se preciso for, matar nunca!” revela sua preocupação e respeito com a integridade desses povos e com a garantia de seus direitos. Seu trabalho com os indígenas resultou na criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e, posteriormente, no Conselho Nacional de Proteção aos Índios. Foi um dos mentores da criação do Parque Indígena do Xingu.
Nesta edição, que cobre o período de janeiro de 2023 a junho de 2024, a entidade tem como objetivo homenagear pessoas, organizações e instituições que lutam em defesa de territórios, da inviolabilidade de suas culturas, dos saberes e pela valorização das populações originárias brasileiras.
Entre as personalidades, a obra destaca Chico Mendes, Dorothy Stang, Paulo Vanzolini, Bruno Pereira, Dom Phillips e Maxciel Pereira dos Santos, entre outros.
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Jorna da Ciência