Chico Mendes é o destaque de janeiro de 2024 do calendário “Ciência, povos originários e defensores da floresta”, produzido pela SBPC. A versão em PDF do calendário de 18 meses (2023-2024) pode ser baixada gratuitamente no site da entidade.
Filho de migrantes cearenses que, como outros nordestinos, acorreram para a Amazônia do final do século XIX a meados do século XX, nasceu na floresta, no interior do estado do Acre. Território de sonhos, os que ali viveram, e posteriormente nasceram e cresceram, forjaram com suas esperanças e vivências uma nova identidade social, econômica e cultural.
Chico Mendes, fruto da especificidade desse território, compreendeu a floresta como imenso potencial de recursos e fonte de sustentabilidade sem, no entanto, destruí-la. Com seu ativismo sindical a partir de 1975, a organização dos seringueiros para impedir a derrubada da floresta e a luta da posse da terra pelos nativos (posseiros), conquistou notoriedade internacional, antes mesmo do reconhecimento no seu próprio país. A maioria dos que adentravam a floresta o faziam para devastá-la e estabelecer projetos agropecuários facilitados pela especulação fundiária promovida pelo regime militar. Tornaram-se os inimigos naturais daqueles que preferiam preservá-la em pé, contemplando a subsistência de todos aqueles que ali habitavam há décadas.
Em 1985, liderou o 1º Encontro Nacional de Seringueiros, no qual se concebeu a criação do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e resultou também na proposta da União dos Povos da Floresta, que congregaria populações indígenas, populações ribeirinhas e a criação de reservas extrativistas para a Amazônia.
Em dezembro de 1988, foi assassinado por aqueles que defendiam a floresta aniquilada.
Nesta edição, que cobre o período de janeiro de 2023 a junho de 2024, a publicação tem como objetivo homenagear pessoas, organizações e instituições que lutam em defesa de territórios, da inviolabilidade de suas culturas, dos saberes e pela valorização das populações originárias brasileiras.
Entre as personalidades, a obra destaca Chico Mendes, Dorothy Stang, Paulo Vanzolini, Bruno Pereira, Dom Phillips e Maxciel Pereira dos Santos, entre outros.
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Jornal da Ciência