Ciência Aberta: o caminho para a democratização do conhecimento e a inovação colaborativa

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura aborda desafios e avanços do movimento global que promove o compartilhamento transparente de conhecimento para impulsionar a inclusão, a inovação e a excelência científica

WhatsApp Image 2025-02-12 at 09.29.55A Ciência Aberta, ou Open Science, é um movimento global que busca tornar o conhecimento científico acessível a todos, promovendo a transparência e o compartilhamento de dados, publicações, métodos e metodologias. Surgida a partir de iniciativas de software livre e acesso aberto, a Ciência Aberta consolidou-se com a criação de padrões e diretrizes para a disseminação de informações. Seus avanços e desafios são discutidos em artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema “Ciência Aberta”.

A Ciência Aberta oferece benefícios como maior transparência, integridade acadêmica, reprodutibilidade e colaboração, mas enfrenta desafios como a proteção de dados sensíveis, custos de publicação e a necessidade de infraestrutura e capacitação profissional. No Brasil, a trajetória da Ciência Aberta ganhou força com o lançamento da SciELO em 1998, uma plataforma de periódicos científicos revisados por pares e disponíveis gratuitamente. Outras iniciativas, como o LattesData e a Rede Brasileira de Repositórios Institucionais de Dados de Pesquisa (RDP Brasil), têm fortalecido a infraestrutura nacional para o compartilhamento de dados científicos. Em 2021, a RDP Brasil, uma parceria entre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o IBICT e o CNPq, resultou em avanços significativos, como a criação de repositórios como o Redape da Embrapa e o ArcaDados da Fiocruz. Além disso, a Rede de Repositórios de Dados Científicos do Estado de São Paulo integra universidades e instituições de pesquisa para promover o compartilhamento de dados. “Ao tornar o conhecimento científico mais acessível, a ciência aberta pode ajudar a reduzir as desigualdades de acesso à informação, especialmente em países em desenvolvimento”, afirmam as autoras Maria Fernanda Ribeiro Bittar, Thais Crippa de Oliveira e Iscia Lopes-Cendes, pesquisadoras do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN) da Unicamp.

Capes também tem desempenhado um papel crucial, com a publicação da Portaria n.° 120/2024, que define regras para o pagamento de taxas de publicação em acesso aberto, facilitando a divulgação da produção científica brasileira em periódicos internacionais de alto impacto. Outro destaque é o CoNCienciA, acordo de cooperação liderado pelo CNPq para fomentar a criação e governança de repositórios de dados de pesquisa no país. Essas iniciativas demonstram o compromisso do Brasil com a Ciência Aberta e sua busca por maior visibilidade internacional.

A Ciência Aberta, portanto, representa um caminho promissor para democratizar o conhecimento, estimular a inovação e enfrentar desafios globais, desde que sejam respeitados os aspectos éticos e legais, como a proteção de dados sensíveis e a privacidade dos indivíduos. “A transição para um modelo de ciência aberta implica em mudanças nos paradigmas tradicionais da pesquisa, desafiando valores como autonomia e reconhecimento”, pontuam as autoras.

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