Ciência cidadã: conceitos e práticas

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura faz um panorama das iniciativas, métodos e usos da ciência cidadã no País

WhatsApp Image 2025-03-11 at 09.19.17A ciência cidadã é um conceito amplo, que admite diferentes interpretações e práticas conforme os objetivos, métodos e contextos de aplicação. Expressões como ciência participativa, engajamento público na ciência e geração cidadã de dados são análogas, mas apresentam nuances em termos de métodos e abordagens. O termo “ciência cidadã” começou a ser utilizado nos anos 1980 e 1990, ganhando força nas primeiras décadas do século XXI devido a três fatores principais: a complexidade dos desafios científicos, a expansão de tecnologias digitais que facilitam a coleta de dados e a valorização da coprodução de conhecimento como um exercício de cidadania. Isso é o que discute artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “Ciência Aberta”.

No Brasil, a ciência cidadã tem crescido na última década, com o fortalecimento de redes e instituições dedicadas ao tema. A Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC), criada em 2021, já conta com mais de 400 membros, promovendo o diálogo entre cientistas e cidadãos. Em 2023, foi aprovado o Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC), coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Com duração de cinco anos, o projeto reúne cerca de 50 pesquisadores e desenvolve sete linhas de pesquisa, incluindo coprodução de conhecimento, governança, avaliação e disseminação social. “A ciência cidadã amplia o significado de abertura para além do campo estrito da ciência, implicando maior porosidade na relação com outros tipos de saberes”, defende Sarita Albagli, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e coordenadora do INCT de Ciência Cidadã.

Desde 2022, o Brasil conta com a plataforma Cívis, desenvolvida pelo IBICT com base na plataforma europeia Eu-Citizen.Science. A Cívis concentra iniciativas e projetos de ciência cidadã no Brasil e na América Latina, com foco em temas socioambientais e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Cerca da metade dos projetos brasileiros cadastrados na plataforma estão voltados para biodiversidade e conservação ambiental, como o Programa de Ciência Cidadã do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e o Programa Monitora, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Projetos em ambientes marinhos, costeiros e fluviais também se destacam, representando um terço das iniciativas brasileiras na Cívis. Entre eles, estão a rede Brydes do Brasil, que monitora a baleia-de-bryde em águas jurisdicionais brasileiras, e o programa Ciência Cidadã para Amazônia, que mobiliza comunidades pesqueiras na coleta de dados sobre peixes e águas em escala amazônica. “A América Latina possui uma larga trajetória de reflexões, conceituações e experimentações que fornecem uma fundamentação própria para a ciência participativa e cidadã na região”, pontua Sarita Albagli.

Confira o artigo completo:

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