O cenário das carreiras acadêmicas no Brasil vem se deteriorando há alguns anos. Desde 2015, R$ 38 bilhões foram cortados do “setor do conhecimento”, somando as perdas acumuladas ano a ano e corrigidas pela inflação. O dado é do Observatório do Conhecimento, grupo composto por associações de docentes das universidades do país. Considerando estes números, a carreira acadêmica no Brasil ainda é uma boa aposta? Como está o clima e a conjuntura da pesquisa científica no país?
Em 2019, de acordo com o levantamento, o orçamento para produção de conhecimento representou apenas 52% do que estava disponível em 2014 – R$ 15 bilhões a menos. Foram levados em consideração valores empenhados destinados a Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
A Capes é vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e é responsável por uma parcela das bolsas recebidas por estudantes de graduação e pós-graduação no país. Já o MCTIC abriga o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que arca com custos de manutenção de laboratórios e compra de insumos para pesquisa e com outras dezenas de milhares de bolsas para pesquisadores. “Os pesquisadores estão tendo dificuldades na manutenção dos laboratórios, aquisição de equipamentos e insumos e isso tudo prejudica a atividade do cientista”, conta a vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Fernanda Sobral.
Ela acrescenta que, de maneira geral, faltam estímulos para que crianças e adolescentes enxerguem a ciência como uma opção de carreira a ser seguida. “Desde o ensino básico, nem sempre é mostrado que a ciência é uma coisa possível. Muitos acham que é difícil ou ficam com a ideia do cientista louco dos desenhos. A ciência se faz por meio de curiosidade”, diz.
Leia na íntegra: UOL