A comunidade científica voltou a criticar o corte milionário nas bolsas de estudo e apoio à pesquisa feito a pedido do Ministério da Economia.
Em setembro, o Executivo pediu autorização do Congresso para destinar, ainda em 2021, uma verba extra de R$ 690 milhões ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Mas antes de o recurso ser aprovado, o Ministério da Economia mudou de ideia e, neste semana, a pasta mandou um ofício para a comissão de orçamento pedindo o remanejamento das verbas.
O texto aprovado distribuiu mais de R$ 600 milhões para projetos de outros seis ministérios. A Ciência, então, ficou só com 13% da verba original: R$ 89 milhões. A maior parte para política nuclear, principalmente para financiar a produção de radiofármacos, utilizados no tratamento de câncer. Para pesquisa científica mesmo, não sobrou nada.
A mudança gerou protestos das principais entidades científicas do país. Em carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cientistas disseram que o que está em jogo é a sobrevivência da ciência e da inovação no país e pediram ao Congresso para reverter o corte de verbas e evitar prejuízos às pesquisas brasileiras.
“Ao invés de você colocar a inteligência científica na produção econômica e torná-la mais qualificada, você simplesmente incentiva os jovens doutores a migrarem e levarem todo o conhecimento que o Brasil pagou, não só o Estado brasileiro, mas a sociedade brasileira pagou, e levarem isso daí para quê? Para laboratórios na Europa, na América do Norte, que vão oferecer perspectivas de trabalho”, afirma Renato Janine Ribeiro.
Veja o texto na íntegra: Jornal Nacional/G1