Apesar de protestos da comunidade científica, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro encaminhou ao governador, Cláudio Castro, o pedido de troca das presidências de entidades científicas do estado.
No documento, o secretário Anderson Luis de Moraes pede à Casa Civil a exoneração de Jerson Lima, da Faperj, Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio, e nomeação para o cargo de Caroline Alves da Costa, que era presidente da Faetec, Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado.
A nomeação contraria Parecer de Compliance do Gabinete do próprio governador. O ofício do subsecretário de Estado do Gabinete pontua que a análise do currículo do indicado para a presidência da Faperj revela a ausência do título de doutorado, o que, segundo normas consagradas no meio acadêmico, compromete a sua aptidão para desempenhar as funções que exigem profundo conhecimento técnico e científico.
Destaca ainda que a presidência da FAPERJ deve ser ocupada por indivíduos que possuam não apenas credenciais acadêmicas robustas, mas também uma trajetória consolidada na gestão de políticas públicas voltadas para a ciência e tecnologia. O parecer recomendou que a nomeação fosse reconsiderada.
A possível demissão do presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, já tinha gerado indignação entre a comunidade científica. A Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência enviaram, na quarta-feira, uma carta ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, manifestando “intensa preocupação” com os rumores da exoneração de Lima.
O Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro também publicou uma nota em que pedia a permanência de Jerson Lima no cargo. A situação gerou inclusive uma petição pública, que até esta sexta-feira reunia mais de 23 mil assinaturas.
O governo do estado foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.