Solenidade na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) relançou, nesta quarta-feira (26), a Frente em Defesa das Universidades Públicas e Institutos de Pesquisa. Entre os objetivos, está a defesa de políticas de fortalecimentos da universidades e os institutos de pesquisa. Entre elas, de financiamento e de valorização dos profissionais. Na visão dos apoiadores, essas instituições são garantidoras de desenvolvimento, soberania e da própria democracia. Mas para isso dependem de ações básicas, como para a permanência de alunos, por exemplo.
O evento reuniu representantes dos reitores das universidades estaduais USP, Unicamp e Unesp, e das federais Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e UFABC (Universidade Federal do ABC), que têm unidades no estado. Integrantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de sindicatos de docentes e outros trabalhadores do setor, além de estudantes e pesquisadores de diversos institutos também participaram.
“Vamos nos reunir virtualmente já na semana que vem para traçar o cronograma de atividades. Em mais 20 dias a gente já realiza a primeira reunião presencial, com metas para discutir os primeiros passos, as agendas e as audiências que nós vamos fazer”, adiantou a coordenadora da frente na Alesp, a deputada Beth Sahão (PT).
Universidades e perfil privatista do governo Tarcísio
Tudo isso ganha significado ainda maior na atual conjuntura estadual. Portanto, a Frente é um espaço no enfrentamento à política de perfil privatista do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por isso, “haverá muito trabalho”, como afirmou a parlamentar.
Segundo Beth Sahão, a mobilização deverá ser permanente. “Vem aí uma reforma administrativa desse governo horroroso que quer reduzir cada vez mais o tamanho do Estado. E nossa função é estar bastante mobilizados para manter a luta e avançar os trabalhos”, enfatizou.
“Queremos ampliar e avançar os institutos públicos no estado de São Paulo. Assim como fortalecer a educação, o ensino público como um todo e fortalecer a participação da sociedade. Não existe excelência universitária sem inclusão”, disse o chefe de gabinete da reitoria da UFABC, Daniel Pansarelli.
Institutos de pesquisa em processo de destruição
Michele Shultz, da diretoria da Associação dos Docentes da USP (Adusp), disse que a Frente deve atuar no combate ao obscurantismo e ao negacionismo, que permanece por meio do atual governo de São Paulo. E também na defesa de uma política de financiamento para as universidades e institutos de pesquisa para o seu pleno funcionamento.
A pesquisa científica paulista vem sendo destruída nos últimos anos. Os governos de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB, 2019-2022) extinguiram 13 órgãos públicos, entre os quais o Instituto Florestal, o Instituto Geológico e o Instituto de Botânica. Os três foram submetidos a uma absurda “fusão”, da qual resultou o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), que está sendo questionado na Justiça.
Além disso, Doria acelerou o processo de privatização do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), por meio do programa “IPT Open”. Na prática, loteou as dependências e equipamentos para a Faculdade Inteli-IBTCC, vinculada ao BTG Pactual, o Google e outras empresas. E ainda autorizou a concessão de parques públicos à iniciativa privada, com destaque para o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). Sua biodiversidade e suas cavernas compõem uma riqueza de valor inestimável.