Diversidade é resposta ao negacionismo, aponta nova presidente da SBPC

Francilene Garcia, primeira mulher nordestina a assumir a Presidência da entidade, concedeu entrevista ao programa Direto na Fonte, da TV Unicamp

A pesquisadora e educadora paraibana Francilene Procópio Garcia, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), acaba de assumir a presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mulher, nordestina e gestora pública, em entrevista ao programa Direto na Fonte , da TV Unicamp, Garcia defende uma ciência comprometida com todos os públicos e territórios, que proteja a soberania nacional e enfrente ameaças à democracia, à educação e ao meio ambiente.

Entre suas principais bandeiras estão a inclusão da juventude por meio das redes sociais e a reconstrução das instituições científicas brasileiras, frequentemente atacadas por fake news e pelo negacionismo.

“Desde muito cedo, carrego a convicção de que a Ciência deve estar a serviço da vida, da redução de desigualdades e na transformação de territórios. O Brasil pode exercer uma diplomacia científica baseada na solidariedade, sustentabilidade e justiça climática, com protagonismo das mulheres, da juventude e dos territórios historicamente invisibilizados”, afirma Garcia. “É hora de levantar a voz. Este é um tempo que exige vigilância ativa, mobilização ampla e coragem coletiva”, acrescenta a nova presidente da SBPC.

Segundo ela, o grande desafio atual é reconstruir um projeto de país que reposicione a Ciência como um pilar do desenvolvimento sustentável, capaz de garantir a soberania e a democracia nacional. “Vivemos um momento de profundas mudanças e desafios globais, marcados pela crise climática, por desigualdades históricas, agravadas pela pandemia de covid-19, e por um cenário de desinformação sistemática. Além disso, a recente reconfiguração da geopolítica global tem gerado ataques à soberania de vários países, inclusive a do Brasil.”

Garcia defende que a Ciência seja tratada como política de Estado. Para isso, aponta a necessidade de enfrentar desafios estruturais, como garantir financiamento estável e fortalecer a governança das instituições científicas. “Precisamos de instituições robustas, capazes de responder aos desafios do Brasil real e do mundo contemporâneo. Esse é um passo fundamental e urgente”, conclui.

Veja a entrevista completa: Direto da Fonte/TV Unicamp