“Ciência Brasileira em colapso: desafios para a reconstrução das Instituições Científicas em tempos de negacionismo” foi tema de live realizada ontem, 11 de agosto, pelo Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico). Mediado pelo diretor de ciência e tecnologia do Proifes, Enio Pontes, o debate contou com as participações do presidente da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, e do presidente do Proifes-Federação, Nilton Brandão.
“Estamos diante de uma situação muito preocupante. Porque não temos recursos para manter as pesquisas nos níveis históricos, como eles estão sendo cortados. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por exemplo, chegou a ter mais de R$ 3 bilhões e hoje está com R$ 1,2 bilhão, sendo liberado a conta-gotas. Com atraso. Esse dado é muito preocupante”, afirma. O presidente da SBPC ainda ressaltou que essa falta de investimento resulta em “fuga de cérebros”.
“Temos hoje uma situação crítica que aparece, em primeiro lugar, na falta de recursos. Mas que se expressa por outras vias também”, afirma ao citar que o Ministério da Educação trocou o procurador jurídico da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) passando por cima da reitoria.
Para Ribeiro, é preciso lutar pela recomposição do orçamento para manter a ciência, educação, tecnologia, saúde, meio ambiente, cultura e inclusão social. Outra luta, afirma, é deixar claro para a sociedade brasileira que não há futuro sem desenvolvimento, sem ciência, conhecimento e educação.
O evento faz parte da agenda de ações para ciência e tecnologia do Proifes para fomentar a participação dos e das docentes federais nas mobilizações em defesa de investimentos e políticas públicas para a pesquisa na universidade, responsável por quase a totalidade da produção científica nacional.
Veja o debate na íntegra: Proifes
Jornal da Ciência