Eleições 2025 na SBPC: Propostas de trabalho das candidaturas

Confira a proposta de Marcos Cesar Danhoni Neves e Isabela Sens Fadel Gobbo, candidatos, respectivamente, à Secretário Regional e Secretária Regional Adjunta da SBPC no Paraná

A SBPC iniciou nesta segunda-feira, 02 de junho, o processo de votação das Eleições 2025 para os cargos da Diretoria (biênio 2025-2027), parte do Conselho (quadriênio 2025-2029) e das Secretarias Regionais (biênio 2025-2027). O prazo para votação vai até dia 16 de junho.

Como em eleições anteriores, os candidatos podem enviar um texto resumido com a apresentação de sua proposta de trabalho para o cargo a que está se candidatando. As propostas estão disponíveis aos sócios na página das eleições: https://portal.sbpcnet.org.br/eleicoes-2025/ e publicados no JC Notícias (que todos os sócios ativos recebem).

Os documentos estão sendo divulgados por ordem de recebimento. Os candidatos podem enviar sua proposta para o e-mail comissaoeleitoral2025@sbpcnet.org.br.

Leia a proposta de trabalho de Marcos Cesar Danhoni Neves e Isabela Sens Fadel Gobbo, candidatos, respectivamente, à Secretaria Regional da SBPC no Paraná:

Saudações!

Gostaríamos de nos apresentar à comunidade de associadas/os da SBPC-Paraná.

Somos MARCOS CESAR DANHONI NEVES e ISABELA SENS FADEL GOBBO, candidatos, respectivamente, à Secretário e à Secretária-Adjunta da Secretaria Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-PR) para a gestão que se iniciará em julho próximo.

Nossa chapa, NOVOS TEMPOS E DESAFIOS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DA CIÊNCIA, remete ao período de superação de uma triste história recente política no país que solapou as Instituições tentando descredibilizá-las e descaracterizá-las.

Nosso Manifesto segue os dois anos pretéritos de nossa administração da chapa “Tempos de Reconstrução e Esperança”. Nestes dois anos, realizamos algumas das lutas mais fundamentais no quadro caótico que emergiu no final de 2022, num país dilacerado pela destruição da política e das Instituições de Estado, incluindo aí e, talvez, principalmente, a educação, a ciência, a cultura, a saúde.

Lutamos com Moções contra a necromilitarização das escolas públicas, contra a Lei Geral das Universidades no Paraná que solapou a pouca autonomia das IES do Estado, contra a Deforma do Ensino Médio, pela valorização das políticas públicas das mulheres na ciência, dos livros didáticos, entre outras causas.

Nos eventos da 5a CNCTi (Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia), em seus foros: estadual, regional e nacional, estivemos à frente de sessões temáticas discutindo a questão das tecnologias de I.A., do apagão das Licenciaturas no Estado e no Brasil (pelo desestímulo ao magistério de todos os níveis).

Dirigimo-nos a vocês, primeiro, para nos apresentar (além dos currículos Lattes publicados na página da SBPC):

Temos vivenciando nas últimas décadas, em primeira pessoa, lutas que travamos em diferentes territórios das áreas da educação, ciência, tecnologia, cultura. Desde a defesa intransigente da educação pública, gratuita e universal, até a recuperação de Programas em risco de extinção e às manifestações populares contra o descaso, a erosão dos anos de chumbo dos 60 aos 80. Temos históricos na construção da primeira APG (Associação de Pós-Graduação) e de sua expansão, dos diálogos entre Programas e diferentes associações (ANPG, CENAPET, ANDES, UNE, SBPC). Semeadores de ventos, fomos já colhidos por tempestades especialmente na luta e no enfrentamento das muitas lutas pelo Estado Democrático de Direito nos últimos anos. Mas das trincheiras avançamos em campo aberto, na planície, para derrotarmos o arbítrio constante que encontramos especialmente nas áreas de ciência, educação, cultura, tecnologia.

Em gestão anterior, em que um de nós, já participou como Secretário Regional da SBPC-PR, honramos o nome do saudoso Prof. Claudio Tonegutti, da UFPR, que atuou com brilhantismo e luta como Secretário Seccional (como era denominado à época o Adjunto)

No final de 2022, estivemos no governo de transição representando uma Sociedade de Educação Pública, entregando um documento com cerca de vinte reivindicações, envolvendo temas que se constituem nas nossas bandeiras de luta e a razão de nossa chapa, tanto no biênio 2023-2025 quanto para o próximo biênio, 2025-2027:

–               a expansão de Programas de formação (e o aumento dos valores das bolsas de estudos): PIBIC, PET, PIBID, PIBIT, Residência, etc.;

–               o fortalecimento do sistema nacional de Pós-Graduação stricto sensu;

–               a recomposição orçamentária dos recursos para o MCTi que foram severamente cortados na aprovação da LOA 2025 (a unidade do MCTi que perdeu mais recursos foi o CNPq, que teve um corte de R$ 76,851 milhões. O orçamento final do órgão ficou em R$ 1,871 bilhão, o que representa 7,45% a menos do que suas verbas de 2024);

–               o desbloqueio de recursos para Projetos aprovados em Agências de Fomento (FINEP, FAPs, CNPq, CAPES);

–               o retorno do CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS e a ampliação/reconstrução dos PDs e PDEs (Pós-doutorados no Brasil e no exterior);

–               a criação e valorização de Programas em todos os níveis de MULHERES NA CIÊNCIA, desde o Ensino Fundamental e Médio até o Ensino Superior e de Pós-Graduação;

–               a efetiva política de inclusão;

–               o encerramento definitivo dos projetos de criação de escolas cívico-militares, transformando-as novamente em escolas públicas comuns, onde vija o princípio da liberdade de ensino/aprendizagem;

–               o encerramento de políticas educacionais obscuras adotadas nos últimos seis anos que geraram animosidades contra professores e visaram conspurcar o chão da escola;

–               o apoio ao Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, mantendo sua ideia original de melhoria constante da qualidade dos livros que chegam em cada escola pública do Brasil;

–               o estabelecimento das bases para a recuperação do Ensino Público Fundamental e Médio;

–               a recuperação da Fundação ARAUCÁRIA que tem carecido de recursos para Editais Públicos de Ciência e q questão da L.G.U.;

–               a luta pela não privatização das escolas públicas do Paraná;

–               o fortalecimento de uma união e compromisso das secretarias regionais para pressão sobre parlamentares que possam contribuir com apoio à C&T;

–               fomentar diálogos com entidades representativas de C&T e Educação: ANPG, APP Sindicato (no Paraná), Sindicatos de Professores das Universidades Públicas, Sindicato de Servidores das Universidades Públicas;

–               O reajuste geral das bolsas de graduação, pós-graduação, produtividade, além da contagem dos anos de estudos e pesquisas na pós-graduação como tempo de contagem para aposentadorias;

–               A necessidade de concursos públicos para absorver jovens doutores que se encontram há muitos anos como professores-colaboradores (precários) sem participar efetivamente da organicidade de IES e Institutos.

Uma parte original dessa pauta, no biênio 2023-2025, foi vencida durante o processo de reconstrução do país, mas é necessário avançarmos.

Vale a pena aqui salientar novamente um trecho do livro CIÊNCIA PARA O BRASIL: 70 anos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), organizado por Helena Bonciani Nader, Vanderla Bolzani e José Roberto Ferreira, 2019, p. 317 sobre a SBPC no Paraná:

“Sempre lutamos por um sistema eficiente de ciência e tecnologia no Paraná, e uma fundação de amparo à pesquisa seria fundamental para isso. Lutamos muito na Assembleia Legislativa e chegamos a escrever um anteprojeto de lei para a criação de uma fundação chamada Fapepar”, disse Elizabeth Schwarz. (…) “Em vários momentos nossa luta era contra o lobby empresarial, que saiu vencedor. Foi uma de nossas grandes derrotas”, contou Elizabeth. Em 2000, foi criada no Paraná a Fundação Araucária, com um orçamento correspondente a 2% da receita tributária do estado. “É um órgão importante, mas não é uma fundação de amparo à pesquisa como a Fapesp, que reserva 1% da receita do estado para investimento direto em pesquisa. Na Fundação Araucária há um parcelamento dos recursos e 50% do total vai para o Fundo Paraná, que não é investido em pesquisa. Aproximadamente 20% vai para o parque tecnológico e fica restrito à pesquisa aplicada” (…) A derrota, contudo, não reduziu a importância da atuação da SBPC no Paraná, na opinião de Marcos Danhoni: “A SBPC sempre teve um perfil politicamente combativo e atuante e, no Paraná, nós nos engajamos em muitas lutas, como a causa dos direitos dos povos indígenas e da questão de gênero na ciência. Realizamos diversas edições da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e levamos os debates sobre ciência para o público, na rua, em bares, ou em praças”, disse Danhoni.

O comprometimento de nossa candidatura está expresso em nossa trajetória acadêmica, de ensino, pesquisa e extensão, e em nossas diferentes lutas pela ciência neste país. Temos uma página web que foi criada numa gestão anterior em que um de nós secretariava a SBPC no Paraná ( www.sbpcpr.blogspot.com), com atuais 22.897 acessos.

Por estas razões, pedimos seu voto e a confiança em nossa disposição de lutar por toda uma comunidade de cientistas, pesquisadores, docentes e discentes das Instituições do Paraná para a próxima gestão da Secretaria da SBPC-PR.

À luta!

 

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