Eleições 2025 na SBPC: Propostas de trabalho das candidaturas

Confira a proposta de Francilene Procópio Garcia, candidata à Presidência da SBPC

A SBPC dá início nesta segunda-feira, 02 de junho, ao processo de votação das Eleições 2025 para os cargos da Diretoria (biênio 2025-2027), parte do Conselho (quadriênio 2025-2029) e das Secretarias Regionais (biênio 2025-2027). O prazo para votação vai até dia 16 de junho.

Como em eleições anteriores, os candidatos podem enviar um texto resumido com a apresentação de sua proposta de trabalho para o cargo a que está se candidatando. As propostas estão disponíveis aos sócios na página das eleições: https://portal.sbpcnet.org.br/eleicoes-2025/ e publicados no JC Notícias (que todos os sócios ativos recebem).

Os documentos estão sendo divulgados por ordem de recebimento. Os candidatos podem enviar sua proposta para o e-mail comissaoeleitoral2025@sbpcnet.org.br.

Leia a proposta de trabalho de Francilene Procópio Garcia, candidata à Presidência da SBPC:

Prezadas e prezados sócios da SBPC,

Apresento, com profundo respeito e senso de responsabilidade, minha candidatura à Presidência da SBPC para o biênio 2025–2027. Chego a este momento após uma trajetória marcada pela construção coletiva, consolidada na atuação como Secretária (biênio 2021–2023) e Vice-Presidente (biênio 2023–2025) da entidade nos mandatos liderados pelo professor Renato Janine Ribeiro — com quem tive a honra de aprender e colaborar, sempre guiada pelo compromisso com a democracia, a ciência e os direitos sociais. Sou profundamente grata aos colegas de Diretoria e à dedicada equipe técnica e administrativa da SBPC, que sustentam com competência e comprometimento o dia a dia desta instituição que tanto nos representa. Cada encontro e cada decisão construída de forma compartilhada reafirmaram em mim a convicção de que a ciência também se faz com cuidado, cooperação e responsabilidade.

Sou mulher nordestina, pesquisadora, educadora e gestora pública. Minha trajetória me ensinou a valorizar o papel das redes, dos territórios e da escuta. Tenho convicção de que a ciência deve estar a serviço da vida, da soberania nacional, da inclusão e do enfrentamento das desigualdades — valores que ecoam com força nas proposições da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. É com esse espírito que me coloco à disposição para liderar a SBPC em um novo ciclo, reafirmando seu papel como espaço de articulação, pensamento crítico e construção de futuro.

Pretendo atuar lado a lado com os colegas candidatos à Diretoria, ao Conselho e às Secretarias Regionais, respeitando a diversidade regional e fortalecendo a vitalidade das nossas representações estaduais. A SBPC se constrói na pluralidade dos saberes, das vozes e das experiências. É essa diversidade — geográfica, disciplinar, geracional e identitária — que nos fortalece como entidade científica e cidadã. Acredito na escuta como princípio e no diálogo como prática transformadora. Quero fomentar espaços permanentes de troca entre gerações de pesquisadores — onde a energia criativa da juventude se encontra com a sabedoria dos que abriram os caminhos. A ciência que queremos é a que acolhe, compartilha e transforma.

Vivemos tempos desafiadores e de transição. O mundo enfrenta crises ambientais, emergências climáticas, desinformação, reconfigurações geopolíticas, agravamento das desigualdades e ameaças à democracia. O Brasil, com sua rica e resiliente comunidade científica, precisa de uma SBPC vigilante e propositiva — que defenda o financiamento público à ciência, valorize as instituições de pesquisa, promova o acesso aberto ao conhecimento e fortaleça os vínculos entre ciência, educação e sociedade.

Vamos trabalhar para consolidar o FNDCT como instrumento estruturante do desenvolvimento nacional, contribuir para a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e para o Plano Decenal de CT&I (2026–2035), defender universidades e institutos públicos de pesquisa, valorizar a carreira científica e o papel das unidades de pesquisa do MCTI. Não há inovação sólida e soberana sem o alicerce da pesquisa de base — é nela que germinam as descobertas que transformam o presente e abrem caminhos para o futuro.

É estratégico reforçar a presença da SBPC nos conselhos, comitês e instâncias colegiadas onde já atuamos, assegurando participação qualificada e ativa na formulação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas de ciência, tecnologia, educação, meio ambiente, saúde e direitos humanos. Precisamos fazer valer a voz da comunidade científica organizada nesses espaços, com base em evidências, ética e compromisso social. A mobilização permanente das sociedades científicas afiliadas e a articulação de suas agendas fortalecem a nossa capacidade de incidir no debate público e afirmar a ciência como bem comum.

É igualmente essencial enfrentar as assimetrias históricas da CT&I no Brasil. Isso requer fortalecer a produção científica em todas as regiões do país, ampliar a participação de pesquisadoras e pesquisadores negros, indígenas, jovens e de outras identidades historicamente sub-representadas, além de valorizar a experiência de quem já tem carreira consolidada e enriquece o sistema de CT&I. A SBPC deve ser, cada vez mais, um espaço de encontro entre gerações e saberes — onde ciência e cidadania caminham juntas.

Minha candidatura se inspira no legado das mulheres que me antecederam na presidência da SBPC: Carolina Bori, Glaci Zancan e Helena Nader. Com elas compreendi que liderar exige coragem, compromisso ético e sensibilidade política. Como mulher e nordestina, carrego a gratidão como força política: gratidão aos que abriram caminhos e resistiram com saber e esperança. Como nos ensinou Paulo Freire, é com os outros e para os outros que se aprende a liderar — e é com essa escuta e esse compromisso que me apresento candidata.

A eleição da SBPC é um momento de afirmação democrática. Convido cada sócia e sócio a participar ativamente: atualizando sua anuidade, fortalecendo nossa rede, votando e apoiando os colegas que se apresentam para os cargos de Diretoria, Conselho e Secretarias Regionais. Fortalecer essas representações é essencial para uma SBPC viva e atuante em todo o país.

A SBPC seguirá sendo um espaço de esperança ativa, onde a ciência, quando ouvida, transforma; e quando se torna política pública, transforma o país. Não há ciência viva sem democracia, e não há democracia plena sem o direito de todos ao conhecimento. Sigamos juntos, com coragem e compromisso, fazendo da SBPC esse elo entre saber e justiça, entre pesquisa e políticas públicas, entre a escuta da sociedade e a construção de um Brasil melhor.

Com estima e responsabilidade,

Francilene Procópio Garcia
Candidata à Presidência da SBPC – Biênio 2025–2027

 

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