A Marcha pela Ciência no Brasil é uma ação em defesa da ciência, da educação e da saúde, articulados com a democracia. A ideia é chamar atenção para a importância da ciência e tecnologia (C&T) no enfrentamento da pandemia provocada pelo coronavírus e de suas implicações sociais e econômicas. A intenção é, também, apresentar a ciência como estratégia fundamental para pensar horizontes novos de um país mais igualitário, mais democrático e mais desenvolvido, social e economicamente.
O momento atual é de particular sensibilidade. No caso das ciências, nós estamos mobilizando todos os recursos para fazer frente à Covid-19. Nos últimos anos, a situação no campo cientifico tem se mostrado dramática: falta de investimento em infraestrutura, falta de recursos para realização de pesquisas, para pagamento de bolsas, para financiamento da C&T de modo geral. No campo da educação, a situação não é muito melhor. Também passamos por um momento grave, que é radicalizado pela pandemia, quando temos milhares de alunos, crianças e jovens, em casa.
A Marcha pela Ciência é um ato de resistência, de defesa da educação, da saúde, da ciência e da democracia, de mais recursos para essas áreas. Ela ocorrerá em todo o Brasil com a participação de centenas de instituições de ensino e pesquisa. Também teremos a participação intensa das instituições que representam os pesquisadores e as pesquisadoras, dos programas de pós-graduação e dos cursos de graduação, das universidades públicas brasileiras. É uma demonstração importante de que a ciência é dimensão fundamental da vida nas sociedades contemporâneas, uma forma de produção e disseminação do conhecimento essencial para nossa sobrevivência, hoje, no planeta.
Ao mesmo tempo, a proposta é que a Marcha contribua para que todos os cidadãos e cidadãs conheçam mais a ciência e seu funcionamento para que, dessa forma, possam controlar o destino das aplicações científicas e tomar decisões cada vez mais esclarecidas sobre a própria ciência. Ou seja, a Marcha, ao mesmo tempo em que quer divulgar a ciência, é também um esclarecimento sobre suas grandes possibilidades e sobre os perigos que representa quando aplicada para o controle, para a exploração ou para o enriquecimento de uma minoria.
Nesse momento, a Marcha é manifestação pública sobre o que tem sido feito diuturnamente pelas instituições de ciência do Brasil a fim de combater a pandemia. É o reconhecimento da importância do trabalho das instituições públicas na produção de possibilidades de melhores condições de vida e bem-estar para toda a população. Mesmo quando atacadas, como têm sido atualmente as instituições de ciência e tecnologia, elas demonstram seu compromisso com a melhoria das condições de vida das pessoas e com a busca de bem-estar para todos, sobretudo para a população mais fragilizada.
Aqui em Minas Gerais, as atividades da Marcha pela Ciência começam às 8h, com a abertura pelo presidente da SBPC, Ildeu Moreira. Em seguida teremos uma mesa sobre fake news nesse momento da pandemia e, ao longo de todo o dia, lives nacionais discutindo temas relevantes e apresentando trabalhos de pesquisadores e alunos para o enfrentamento da Covid-19. Haverá uma exposição de vídeos sobre direitos humanos na pandemia e, já no final da tarde, 17h, uma live importante sobre a ciência no parlamento, na qual reitores das universidades mineiras e parlamentares da assembleia legislativa e do congresso nacional irão conversar. É preciso que o parlamento se envolva na discussão da ciência, sobretudo em momentos difíceis como esse que estamos vivendo agora. Pela programação oficial, nossa programação em Minas terminará com um show do nosso colega Eduardo Mortimer, professor da UFMG, que também é cantor, compositor e produtor cultural.
Convido a todos para participar desse movimento, dessa Marcha em defesa da vida. Acompanhe nas redes sociais as atividades desenvolvidas em todo o Brasil e que colocarão a ciência no centro da discussão. Fique em casa com a ciência e nos ajude a pensar um país diferente para todos nós.