Em defesa da ciência aberta

Editora do primeiro periódico científico do Brasil liderado por estudantes e de acesso aberto tipo diamante falou sobre a necessidade de fomento ao sistema de acesso livro à produção científica

ciência por quemA ciência aberta vem crescendo no mundo e no Brasil, mas precisa de apoio financeiro, fundamental para garantir condições equitativas de acesso. É a visão da estudante Janaína de Oliveira e Castro, conferencista do painel “Ciência por quem e para quem? A importância de advogar pela Ciência Aberta como estudantes”, apresentado nesta segunda-feira (8/7) na grade de programação da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Graduanda de Medicina na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Castro é diretora nacional de Publicação, Pesquisa e Extensão (2023/2024) da Federação Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina do Brasil – IFMSA Brazil e editora-chefe da Brazilian Medical Students Journal, primeiro periódico científico do Brasil liderado por estudantes, de acesso aberto tipo diamante, organizado pela IFMSA Brazil.

O Acesso Aberto Diamante (Open Access Diamond ou OA Diamond) é um modelo de publicação acadêmica sem taxas para os autores e os leitores. Segundo ela, os artigos científicos publicados de forma aberta recebem em média 8% mais citações do que os restritos. Nos países em desenvolvimento, esse percentual é ainda maior, atingindo 25% em nações como Brasil, Argentina e Rússia. “O acesso aberto é muito produtivo também para os autores, além dos leitores que vão ter o acesso ao artigo”, comentou.

Em sua apresentação, Castro defendeu a ciência aberta e o acesso livre de pesquisadores à produção científica mundial. Ela questionou quais seriam as diretrizes do governo brasileiro sobre o tema e ressaltou a necessidade de ampla discussão sobre o assunto no país. “Para além disso, precisamos pensar em como evitar os periódicos predatórios, porque muitas vezes é uma grande preocupação também para os pesquisadores”, ponderou.

Periódicos predatórios são revistas que cobram para publicar artigos acadêmicos, mas não fazem a avaliação adequada da qualidade dos textos científicos.

Assista a conferência na íntegra pelo canal da IFMSA Brazil no Youtube

Janes Rocha – Jornal da Ciência