O programa Future-se continua rendendo polêmica no meio acadêmico. Nessa quinta-feira (8), Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) realizou um debate para amadurecer a discussão sobre o assunto, com a presença de entidades ligadas diretamente à educação e à ciência. Os presentes compartilharam da mesma sensação: que o projeto do Governo Federal é desnecessário, pode ferir a autonomia da academia em decisões internas e restringir o acesso a recursos financeiros. A reunião aconteceu na mesma semana em que a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) se viu forçada a fazer novos cortes de gastos pela falta de verba.
Representando a instituição, esteve presente o reitor Anísio Brasileiro. “O Future-se traz de importante o debate. Mas ele se organiza em três eixos que todas as universidades federais públicas já fazem: gestão e governança, pesquisa e inovação e internacionalização”, explica Anísio. “Em 40 anos de universidade pública, conseguimos um conjunto de conquistas que fazem dela um patrimônio do Brasil. E o programa pode por isso em risco”, acrescenta.
“Até o momento, o Future-se não mostra respostas aos desafios que temos, e tira o foco da assistência estudantil, da formação acadêmica de qualidade, da inclusão social de indígenas e quilombolas, das políticas de interiorização. O projeto tem uma vertente mais econômica, quando a universidade é muito mais do que isso”, afirma o reitor.
Além de Anísio Brasileiro, vieram para o debate a secretária regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Maria do Carmo Figueiredo Soares; o presidente da Adufepe, Edeson Siqueira; o ex-secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins; e o presidente da Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino.
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