O número de matrículas de ensino à distância nas universidades particulares aumentou de 818 mil para pouco menos de 950 mil este ano. Seguindo o ritmo atual, a modalidade à distância, conhecida como EAD deve superar o ensino presencial em 2023. Os dados são da pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES).
Ainda de acordo com a pesquisa, um ano após a publicação do Decreto que estabeleceu o novo marco regulatório da Educação à Distância, o número de pólos EAD praticamente duplicou, passando de 6 mil para mais de 11 mil em funcionamento.
Outro destaque da pesquisa é que os estudantes começam a ter menos resistência em fazer cursos de graduação à distância. Para os pesquisadores isso é uma consequência da regulamentação do decreto que permite que 30% do conteúdo do curso à distância seja presencial. De acordo com Celso Niskier, vice-presidente da associação, os estudantes querem essa flexibilidade, seja no curso presencial ou à distância.
Ele também afirmou que apesar de ter somente 230 mil formandos em EAD em 2016, conforme dados do Ministério da Educação, e com o ingresso de mais formandos no mercado de trabalho, a resistência e questionamentos à qualidade do ensino à distância deve diminuir.
Mas para Carlos Roberto Jamil Cury, da Sociedade Brasileira de Progresso para Ciência, a flexibilidade trazida pelo decreto deve ser bem fiscalizada com relação à qualidade dos cursos para que essa massificação de ensino superior à distância não signifique cursos precários.