Com o intuito de iniciar as discussões e comemorações dos 200 anos da Independência, diversas iniciativas realizam na próxima semana atividades sobre a Independência do Brasil. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realiza a “Virada da Independência”, da tarde do dia 6 de setembro até o final da tarde do dia 7, quando se completará mais um aniversário do grito do Ipiranga. As atividades online estarão disponíveis no portal da SBPC e no canal da entidade no Youtube.
O evento abordará questões como a ciência pode contribuir para a soberania e independência nacional e se o Brasil é um país soberano e independente. Dezenas de depoimentos, conferências, mesas-redondas, painéis e atividades culturais irão compor a programação, que será divulgada nos próximos dias. A mesa-redonda de abertura está intitulada como “Bicentenário da independência: crises e recursos de enfrentamento” e tem as participações confirmadas de Renato Janine Ribeiro (SBPC/USP), Sergio Machado Rezende (UFPE), Paulo Artaxo (SBPC/USP), Helena Nader (Unifesp/SBPC). Já a de encerramento abordará o “Bicentenário da Independência e além: como fazer o Brasil caber no Estado Brasileiro?”, com a participação de Renato Janine Ribeiro (SBPC/USP), Hermes Zanetti (ex-deputado constituinte), Luiz Davidovich (ABC), Evaldo Vilela (CNPq) e Maria de Lourdes Mollo (UnB).
Na terça-feira, dia 7 de setembro, às 10 horas, a SBPC realizará mesa ao vivo sobre a questão “A imprensa deve ser independente do quê, para o Brasil ser soberano e independente?”, com a participação dos jornalistas Juliana Monteiro (Roma) e Jamil Chade (Genebra), que acompanham o Brasil do exterior, e ainda Luís Costa Pinto (Brasília) e Eugenio Bucci (São Paulo).
A programação contará com a participação de Sociedades Afiliadas, dentre elas, a Associação Nacional de História (Anpuh), Sociedade Brasileira de Física (SBF), Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), Sociedade Brasileira de Entomologia (SBE), Sociedade Brasileira de Genética (SBG), Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós).
Para Janine Ribeiro, presidente da SBPC, a Virada da Independência tem como objetivo consagrar a celebração de algo tão importante que é a Independência. Ele também afirma que será uma ótima oportunidade para deixar claro o papel da ciência, da tecnologia, da inovação, da educação, da cultura, da saúde, do meio ambiente e da inclusão social, que a SBPC defende e apoia, na construção de um Brasil independente e soberano.
Janine Ribeiro afirma ainda que o evento será uma ótima oportunidade para olharmos para o passado, compreendermos o presente e pensarmos o futuro. “Nós queremos debater o assunto para torná-lo mais conhecido porque para muitas pessoas a ‘Independência’ foi simplesmente o ‘Grito do Ipiranga’, a independência de um país que já se chamava Brasil e que deixou apenas de ser colônia, quando não é verdade. Eram duas colônias – Brasil e Grão-Pará -que se uniram somente após essa independência. Sem contar que o Acre só foi incorporado ao Brasil quase 100 anos depois. Por isso, queremos mostrar a construção desse Brasil, resultado de várias batalhas nos mais diferentes lugares, como, por exemplo, a Batalha de Jenipapo (um dos confrontos mais sangrentos da Guerra da Independência do Brasil, em 13 de março de 1823 às margens do rio de mesmo nome na vila de Campo Maior, Piauí), as lutas na Bahia e todos os conflitos regenciais. Queremos também abrir uma discussão da construção desse país, dos problemas deixados e o que falta para nos tornarmos totalmente soberanos”, afirma Ribeiro.
A programação completa da Virada da Independência será divulgada nos próximos dias.
Entidades irão discutir o tema na próxima semana:
Além da Virada da Independência promovida pela SBPC, a Associação Nacional de História (Anpuh) está com uma programação especial de 6 a 10 de setembro, que terá transmissão pelo seu canal oficial no YouTube. Na segunda-feira, 18h, irá realizar a mesa-redonda “Independência, Independências: o que as Ciências Humanas têm a dizer sobre isso?”. Com mediação de seu presidente Valdei Araujo, a atividade contará com a participação de especialistas, dentre eles, Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, Andréa Slemian, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Luiz Carlos Villalta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na terça-feira (7), às 14h, a entidade irá realizar a mesa-redonda “Devemos falar em Independência(s)?”. No dia 8, às 18h, outra mesa-redonda com o tema “As lutas sociais e as Independências”. No dia 9, também às 18h, outra atividade com debatendo “As Independências e suas comemorações” e encerra, no dia 10, no mesmo horário, com a mesa “Os usos políticos da Independência hoje”.
Na terça-feira (7), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) irá realizar uma Sessão Conversa sobre Bicentenário da Independência e relação com a escola, como programação prévia de sua 40ª Reunião Nacional. Com transmissão aberta pelas redes da ANPEd a partir de 16h, a atividade terá a participação de Adriana Maria Paulo da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alessandro Carvalho Bica, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e Rosa Fátima Chaloba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com coordenação de Claudio Nunes, da Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia (UESB).
Professores, pesquisadores, movimentos sociais também vão dar início as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil com o lançamento do projeto “Portal do Bicentenário”. Serão 26 horas de programação com mesas de debates sobre história, cultura e sociedade, além de atividades culturais e debate literário. Veja aqui a programação completa.
“A gente está vivendo um forte retrocesso de direitos. Isso nos remete à responsabilidade de iniciar já um debate que possa ocorrer de forma aprofundada, e não só 2022, em meio aos debates eleitorais, quando haverá um caldo tenso e intenso em meio à possibilidade de parir outro país ou, minimamente recuperar parte do que perdemos”, afirma Luciano Mendes, coordenador do projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, e um dos integrantes da equipe do Portal do Bicentenário.
Jornal da Ciência