EUA sabotam sua própria liderança em CT&I

Com políticas anticientíficas, corte de verbas e censura, governo Trump ameaça primazia mundial, porém abre espaço para outros atores. Acesse gratuitamente a nova edição do Jornal da Ciência Especial

JC_811_capaOs primeiros decretos do presidente Donald Trump quando assumiu o comando dos Estados Unidos em 20 de janeiro, atacavam a ciência de forma direta ou indireta. As áreas mais atingidas até agora são as biomédicas.

Em fevereiro, de acordo com um levantamento da organização Public Citizen, o governo determinou a retirada do ar de mais de três mil páginas do site do Centro de Controle de Doenças (CDC na sigla em inglês), incluindo mil artigos de pesquisa, bancos de dados inteiros e declarações de informações sobre vacinas para pacientes.

Entre os artigos ceifados do site, estavam aqueles que continham palavras como “transgênero”, “imigrante”, “LGBT” ou “pessoas grávidas”. Na sequência, vieram as ordens para demissão em massa de profissionais e cancelamento de projetos abrigados no National Institute of Health (NIH), órgão ligado ao Departamento – equivalente a ministério – da Saúde, responsável pela pesquisa científica em torno de doenças, tratamentos e medicamentos.

Até onde Donald Trump pode ir com a autodestruição é uma incógnita e o cientista político Manoel Galdino prefere esperar para ver. “Vamos ver até onde ele vai conseguir destruir, tanto no plano doméstico, quanto no plano internacional. Por enquanto ele está fazendo um estrago maior do que eu e muitos analistas esperávamos, mas é muito pouco tempo de governo”.

Professor de Ciência Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Galdino ressalta que o reflexo da interrupção das pesquisas científicas norte-americanas será perceptível daqui alguns anos, já que o tempo da ciência é diferente do da administração pública. “Não dá para parar um experimento científico por um mês, dois meses, um ano e depois voltar, não funciona assim”, disse. E completou: “Você tem às vezes animais que estavam em investigação, um paciente que estava tomando um medicamento e sendo acompanhado, se você interrompe, perde o experimento”.

A reportagem completa sobre as perspectivas da ciência na nova (des) ordem mundial iniciada com o novo governo estadunidense é tema de capa do JC Especial que ouviu cientistas, pesquisadores e especialistas sobre a Ciência, Tecnologia e Inovação.

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Janes Rocha – Jornal da Ciência