Exposição multimídia da Sociedade Max Planck, da Alemanha, foca na presença da ciência no cotidiano
Com o objetivo de despertar a curiosidade dos jovens, chega a São Paulo a exposição “Túnel da Ciência Max Planck”, que acontece entre os dias 30 de janeiro e 21 de fevereiro em São Paulo. A abertura oficial aconteceu no dia 29 de janeiro, com a presença de especialistas da área científica, entre eles, a presidente da SBPC, Helena Nader, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp. Esteve também presente no evento, o secretário municipal de educação, Cesar Callegari, que representou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e Rodrigo Tavares, assessor especial de assuntos internacionais do Estado de São Paulo, que representou o governador Geraldo Alckmin.
Segundo o cônsul geral da Alemanha em São Paulo, Freidrich Däuble, a Sociedade Max Planck, responsável pela exposição, quer com a mostra despertar nos jovens, o interesse pela ciência, principalmente pelas exatas que são ditas como as mais difíceis. “Eles precisam conhecer o mundo da ciência o mais cedo possível. O objetivo é divulgar e estimular a curiosidade sobre a importância da ciência e inovação construindo uma ponte consistente entre a pesquisa básica moderna e sua influência na vida”, disse.
Durante a abertura do evento, Raupp ressaltou a importância do evento para a divulgação e a popularização da ciência no Brasil. “Acredito que esta mostra possa ajudar a popularizar a ciência. Este evento é um encontro de instituições interessadas em mostrar para a sociedade o quanto que a ciência é importante. Aqui, serão mostrados diversos exemplos concretos de como a ciência chega à sociedade”, explicou.
O ministro salientou que é preciso desenvolver mais atividades nos mesmos moldes para que a população tenha acesso às informações e práticas, para assim desenvolver uma cultura científica. Ele lembrou que a cidadania moderna se constitui com aquisições de várias formas de cultura, como por exemplo, a cinematográfica e a esportiva, que contam com grandes espaços na mídia de massa, diferente da científica. “Sei que um dos motivos é que a nossa pesquisa científica é relativamente nova. Além de existir falhas no sistema de ensino em geral em todos os níveis, e por isso, o conhecimento da cultura-científica é incipiente. Atividades como o Túnel da Ciência e contribuem para reverter com qualidade essa situação”, disse.
A presidente da SBPC também concorda que atividades como o “Túnel da Ciência” representam um ótimo meio para motivar e estimular os jovens. “É com educação que vamos ajudar nossos jovens a produzir a ciência e a inovação que o Brasil precisa. Mas, uma educação motivadora e construtiva e não somente aquela da sala de aula. Acredito que os jovens encontrarão este diálogo nesta exposição”, disse.
Retorno ao Brasil?
Helena ressaltou que a vinda da exposição para o Brasil foi resultado de um conjunto de esforços de toda a comunidade, liderada pela SBPC. “Fico até pouco triste porque esperamos tanto por esta mostra e ela ficará apenas em São Paulo. O projeto inicial era que ela passasse por três lugares – em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro”, lamentou.
Quanto ao retorno do evento ao País, Helena disse que espera que isso aconteça, mas ponderou que os empresários brasileiros precisam colaborar e não deixar tudo nas mãos do governo. “Se todo mundo der um pouquinho é possível”, e completou, “eu espero que os empresários se animem com o sucesso deste evento e se entusiasmem a trazer de volta esta exposição ao Brasil. Investir nessa área é sucesso financeiro certo”.
Raupp, por sua vez, disse que por conta da qualidade do evento, o governo irá se empenhar em trazer a mostra de novo ao Brasil. “São Paulo foi à primeira, mas não pode ser última a receber esta exposição. Temos que trazer esta versão, ou outra, para outras cidades brasileiras, já que este evento é de extrema importância para a divulgação científica”.
A mostra
A exposição foi dividida em oito módulos: Universo, Matéria, Energia, Cérebro, Saúde, Vida, Sociedade e Complexidade. Os destaques da exposição no Brasil são uma réplica do veículo de exploração espacial Curiosity, enviado pela Nasa a Marte em 2012 e que identificou o leito de um antigo curso de água e amostra de solos, e o Espelho Mágico, aparelho que através da tecnologia “realidade aumentada”, alinhando imagens reais e virtuais, produz um efeito semelhante ao do raio-x, criando a ilusão de que é possível visualizar internamente o próprio corpo.
A exposição multimídia tem mil metros quadrados e é dividida em oito grandes temas. “Todos os módulos possuem exemplos da Sociedade Max Planck e suas bases são as pesquisas realizadas nos nossos institutos”, revela Peter Steiner, coordenador da exposição. Esta é a terceira versão do túnel criado em 2000.
O módulo “Universo” trata dos quarks ao cosmo; “Matéria” traz o mundo da nanociência; “Vida” vai dos elementos aos sistemas; “Complexidade” contempla a interação e a informação; “Cérebro” faz uma viagem dentro desse órgão humano; “Saúde” apresenta as pesquisas na medicina futura; “Energia” mostra as alternativas de fontes renováveis; e, por fim, “Sociedade” aborda as ciências humanas.
Durante esse percurso, os visitantes são conduzidos nesse universo de pequenas e grandes dimensões, descobrindo, por exemplo, o processo biomecânico das plantas, as complexas estruturas do cérebro e ainda as turbulências caóticas na formação de nuvens.
A visitação ao Túnel da Ciência é gratuita, no sétimo andar do Shopping Frei Caneca, na Rua Frei Caneca, 569. A classificação etária é 12 anos.
Mais informações no site http://www.tuneldaciencia.com.br/
(Vivian Costa)