Fernanda Antônia da Fonseca Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professora emérita da Universidade de Brasília (UnB), recebeu no dia 10 de maio, durante cerimônia no Rio de Janeiro, o título de Pesquisadora Emérita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A distinção é concedida desde 2005 a pesquisadores brasileiros ou estrangeiros, radicados no Brasil há pelo menos 10 anos, como reconhecimento ao renome, junto à comunidade científica, e pela sua contribuição à Ciência no País.
“O objetivo do título de Pesquisador Emérito é reconhecer os grandes nomes da Ciência brasileira, com trajetórias consolidadas e um conjunto de obra cientifico-tecnológica de excelência. O histórico científico e acadêmico da professora Fernanda Sobral não deixa dúvidas de que sua trajetória como pesquisadora é merecedora desse reconhecimento”, afirmou o CNPq, em nota enviada ao Jornal da Ciência.
A entidade também reforçou o papel de Sobral na relação entre os atores políticos e científicos. “[Sobral] é uma referência na Sociologia, com contribuições importantes na gestão e na avaliação de políticas para a ciência e a tecnologia, incluindo a atual vice-presidência da SBPC. O CNPq tem muita satisfação em ter a oportunidade de prestar essa justa homenagem.”
Sobral, que tem uma trajetória acadêmica dedicada a ações e reflexões sobre política científica e maior integração entre ciência e sociedade, não esconde a alegria de ter sido homenageada pelo CNPq e ressalta que sua curiosidade guiou o desenvolvimento de sua carreira. “Durante toda a minha carreira, o ensino e a pesquisa foram as minhas grandes paixões. A curiosidade de descobrir o que está por trás dos fatos sociais que ocorrem, e o que determinam estes fatos sociais, sempre me guiou”, conta.
Durante a cerimônia, o CNPq ainda homenageou a geógrafa Bertha Koiffmann Becker, in memoriam, representada por suas filhas Lidia e Beatriz Becker; a doutora Eliane Elisa de Souza Azevedo, representada pelo vice-presidente da ABC, Jailson Bittencourt de Andrade; o cientista Jorge Almeida Guimarães; o ex-ministro de CT&I e presidente de honra da SBPC, Marco Antonio Raupp, in memoriam, representado por seu filho Augusto Cunha Raupp; e a doutora Nanuza Luiza de Menezes.
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A trajetória
Fernanda Antônia da Fonseca Sobral começou seu caminho acadêmico em 1968, quando entrou na graduação em Ciências Sociais, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
De inquietação em inquietação, Sobral chegou à Universidade de Brasília (UnB), onde fez o mestrado em Ciências Sociais e o doutorado em Sociologia. Anos depois, passou de discente para docente, integrando o corpo de professores do Programa de Pós-graduação em Sociologia da entidade – programa onde ainda é colaboradora sênior. Em 2021, Fernanda Sobral foi reconhecida como professora emérita da UnB.
Para a cientista, a ciência e a sociedade são articuladas. A sua visão fez com que ela participasse de diversos conselhos de entidades governamentais, de modo a debater a construção e a evolução da política científica no País.
Foi secretária-executiva da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS, 1995-1997); integrante do Comitê Assessor de Ciências Sociais no CNPq (1998-2000); pesquisadora visitante do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), de 2009 a 2011; integrou o Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF, 2007-2010 e 2014-2016) e também foi membro do Conselho Consultivo da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, de 2016 a 2018).
Participou do Conselho da Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias, a Esocite, de 2017 a 2022, e do Conselho Superior da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), de 2018 a 2020. Na SBPC, foi conselheira da entidade em dois períodos (2005-2007 e 2015-2019) e vice-presidente também em duas gestões, de 2019 a 2021 e, recentemente, de 2021 a 2023.
Jornal da Ciência