Fiocruz reforça compromisso com integridade em pesquisa durante mesa-redonda na SBPC

A convite da presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Comissão de Integridade em Pesquisa da Fundação participou do debate ‘Caminhos percorridos rumo à integridade na atividade científica no Brasil’

A Comissão de Integridade em Pesquisa da Fiocruz (CIP), vinculada à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) marcou presença na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no Recife, entre os dias 13 e 19 de julho. Segundo a organização do evento, cerca de 40 mil pessoas compareceram ao campus da universidade durante os sete dias de programação, que contou com atividades científicas voltadas para toda família.

A convite da presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), a CIP participou da mesa-redonda ‘Caminhos percorridos rumo à integridade na atividade científica no Brasil’.  Conduzida pelo presidente do presidente do CNPQ, Ricardo Galvão, a discussão abordou o progresso e os desafios enfrentados na busca pela integridade na pesquisa científica no Brasil.

A mesa-redonda contou com a participação da coordenadora da CIP da Fiocruz, Carmen Penido, do pró-reitor adjunto de Inovação da Universidade de São Paulo, Raul Gonzalez Lima (USP), do editor da revista Springer Nature, João Pildervasser, e do cientista e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Paulo Sérgio Lacerda Beirão.

“O convite reforça o interesse do CNPq em dialogar com instituições que têm contribuído de forma concreta para o fortalecimento da integridade científica nacional e aumentar ações articuladas entre agências de fomento e instituições de pesquisa” ressaltou a coordenadora da CIP, Carmen Penido.

Penido destacou ainda a atuação pioneira da Fiocruz na promoção da integridade em pesquisa no país com a criação da CIP, em 2012, na gestão da doutora Claude Pirmez e Sérgio Rego (coordenador da comissão), e o desenvolvimento de ações educativas voltadas à ética em pesquisa.

“Um grande gargalo das instituições de pesquisa brasileiras hoje é a capacitação de pessoas. Muita gente entende que integridade de pesquisa é uma questão de bom senso e não é. É de conhecimento.”

Além disso, ressaltou a importância da colaboração internacional para o fortalecimento da integridade científica e ainda comentou sobre seus complexos desafios como, por exemplo, o uso da Inteligência Artificial (IA) no meio acadêmico e a necessidade de diretrizes para essas práticas. Nesse sentido, a CIP está atualizando o Guia de Integridade em Pesquisa da Fiocruz, que contará com temas relacionados ao uso da I.A. Dentre outras iniciativas da comissão, estão incluídas atividades educativas, como disciplinas de pós-graduação e a criação da disciplina transversal “Ética e Integridade em Pesquisa”, lançada em junto à Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC).

A CIP tem pela frente outros desafios como o desenvolvimento de políticas institucionais sustentáveis, com incentivos às boas práticas e o desenvolvimento de ações de conscientização da comunidade científica sobre os riscos de má conduta e a importância da integridade em pesquisa. A CIP integra o Sistema de Integridade Pública da Fiocruz, junto a outras instâncias como Ouvidoria, Corregedoria e Comissão de Ética, fortalecendo a promoção da ética institucional.

‘Colecionar é POP’ 

A exposição das Coleções Biológicas também foi destaque na SBPC. O público pode ver de perto objetivos raros e exóticos reunidos no ‘Gabinete de Curiosidades’, mobiliário inspirado nos tradicionais gabinetes europeus dos séculos XVI e XVII. O acervo exposto tem como objetivo despertar fascínio e promover conhecimento ao aproximar o público da ciência, por meio de uma experiência interativa e educativa com exemplares das coleções biológicas.

Para a curadora da Coleção de Culturas de Fungos Filamentosos (CCFF) e membro do GA de Educação e Divulgação Científica, Simone Quinelato, a exposição do ‘Gabinete de Curiosidades’ torna a ciência mais compreensível e pode estimular o interesse pela investigação científica. Além de promover a conscientização sobre problemas que afetam a sociedade.

“Mostramos que colecionar organismos vai muito além do laboratório, é também uma maneira de entender o mundo, promover saúde e preservar o meio ambiente. A exposição é pensada para estimular o pensamento crítico e despertar o interesse pela investigação científica, a atividade reforça o papel das coleções como patrimônio científico e cultural, promovendo educação, cidadania e conscientização sobre questões que impactam diretamente o cotidiano da população.

Isabelle Resende – Agência Fiocruz