Em entrevista ao jornal Hora da Notícia, da Rádio Caçula (MS), Francilene Garcia, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), falou sobre a 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, que neste ano é dedicado à categoria “Meninas na Ciência”. Garcia também tratou dos desafios enfrentados pelas mulheres na carreira científica, além de abordar o papel da SBPC nesse cenário.
O objetivo da premiação é reconhecer jovens talentosas cujas pesquisas de iniciação científica demonstrem criatividade, rigor metodológico e potencial para contribuir com o futuro da ciência no País
Ao falar dos desafios das mulheres na carreira científica, Garcia citou que no universo de cientistas brasileiros, elas compõem apenas um terço do total. Segundo ela, as mulheres encaram preconceitos desde a infância e, quando chegam na hora de ingressar em uma carreira, muitas escutam que algumas áreas não são para elas, como a Ciência.
“Por isso é preciso que a gente mantenha políticas afirmativas, estimulando desde muito cedo a menina a seguir carreira científica. Isso tem que acontecer desde o ensino fundamental, aliás, desde a educação infantil, onde a gente tem que inserir metodologias e abordagens científicas para mostrar à criança, de uma maneira geral, a importância da curiosidade, do seu processo criativo, em prol do desenvolvimento de várias coisas. E é por isso que a SBPC tem algumas ações, como o Prêmio Carolina Bori”.
Garcia disse ainda que quando a mulher tem a oportunidade e é incentivada, ela é muito bem sucedida nas carreiras científicas, basta olhar as cientistas vencedoras da 5ª edição do Prêmio Carolina Bori. “Talvez pelo olhar de proteção mesmo, as ações que são realizadas nos laboratórios de pesquisa onde as mulheres são gestoras, coordenadoras, líderes, mentoras, o cuidado é muito grande”.
Segundo ela, a SBPC quer com o Prêmio Carolina Bori, nos seus dois formatos, conscientizar a sociedade brasileira e as instituições da importância de cada vez mais corrigir esse gap para que haja um equilíbrio e que homens e mulheres desenvolvam trajetórias igualitárias como pesquisadores no Brasil.
Ao falar sobre o papel da entidade, Garcia ressaltou que a SBPC surgiu há mais de 75 anos para ser a voz da comunidade científica na defesa das pessoas que têm engajamento com as causas em prol da ciência brasileira. “Mas não só reconhecendo a importância da ciência para os problemas que a gente tem no País, de uma maneira geral, inclusive nas assimetrias regionais que a gente tem, mas também levando a voz da ciência brasileira para as grandes causas, como foi, por exemplo, na época da pandemia da covid-19, na crise sanitária que a gente viveu em 2020. É importante termos cada vez mais Ciência na solução dos problemas”, ressaltou.
Veja entrevista completa a partir de 9’40”: Hora da Notícia, da rádio Caçula de Três Lagoas