Ganhadoras do Prêmio Carolina Bori conhecem instalações do CNPEM

Acompanhadas por diretoras da SBPC, as meninas conheceram o Sirius, maior fonte de luz síncrotron da América Latina, e receberam conselhos de cientistas renomadas
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Fotos: Divulgação CNPEM

Uma preocupação do Prêmio Carolina Bori “Ciência e Mulher” é, para além de reconhecer jovens cientistas e seus trabalhos, incentivar as meninas a seguirem na carreira científica. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) contou com uma parceria com o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Nesta edição do Prêmio, as ganhadoras viajaram até a cidade de Campinas, no interior de São Paulo, para conhecerem uma das maiores instalações de pesquisa e inovação do País.

“Todas as meninas que ganharam nesta edição apresentaram trabalhos muito conectados a problemáticas do nosso Brasil. Elas nos mostram que se tivermos espaços de educação bem fomentados e incentivarmos a criatividade, surgirão pesquisas inovadoras. E não dá para falar de inovação no País sem citar o CNPEM. Essa visita, além de possibilitar que as meninas conheçam uma infraestrutura científica de ponta, também apresenta possibilidades de futuros a elas”, pontua a vice-presidente da SBPC e coordenadora da premiação, Francilene Garcia.

A programação ocorreu na última quarta-feira (12/02). Estiveram presentes as seis meninas ganhadoras e a menção honrosa da edição. Todas foram acompanhadas por uma equipe técnica da SBPC, que incluiu a presença de Garcia e da diretora da entidade Laila Espíndola, que também integrou a comissão julgadora do prêmio.

A visita começou com um café de boas-vindas e uma palestra com o professor Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM. Roque apresentou os laboratórios que compõem o grande complexo tecnológico situado em Campinas, uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Somos a primeira organização social do MCTI e do País”, ressaltou.

Entre as instalações do CNPEM está o Sirius, a maior fonte de luz síncrotron brasileira e da América Latina. “O Brasil é um dos três países em todo o mundo que possui um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração. Isso é resultado do esforço contínuo de décadas da Ciência brasileira. Mostra que a nossa ciência é capaz, pujante e muito respeitada internacionalmente.”

Roque também convidou as meninas a participarem do Ciência Aberta, uma atividade anual do CNPEM aberta ao público. O objetivo do evento é que a população ocupe as instalações do Centro e conheça as pesquisas ali produzidas. Neste ano, o Ciência Aberta acontecerá entre os dias 30 e 31 de maio – no dia 30, a programação será dedicada a escolas e demais grupos escolares, e no dia 31 para a sociedade em geral. Mais informações no site do projeto.

WhatsApp Image 2025-02-14 at 13.59.02Além de conferirem de perto o Sirius e os projetos ali em desenvolvimento, as ganhadoras do Prêmio Carolina Bori também viram o andamento do projeto Orion, que está em construção. O Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, o primeiro de nível de biossegurança máximo (4) no Brasil e na América Latina.

As meninas também puderam conferir de perto o reconhecimento dos pesquisadores do CNPEM. Minutos antes da visitação, as pesquisadoras que realizaram o trajeto com as ganhadoras souberam que uma de suas pesquisas tinha acabado de ser publicada na revista Nature, o que fez com que a programação se tornasse ainda mais memorável.

“Conhecer o CNPEM com certeza foi incrível, sempre vou lembrar disso! A estrutura do Sirius é fascinante, e as cientistas que compartilharam os seus conhecimentos com a gente com certeza me inspiraram demais e serviram como espelho, não só por causa da área de estudo, mas como incentivo para eu continuar na Ciência”, contou Isadora Abreu Leite, estudante do ensino médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e premiada na área do conhecimento Humanidades.

Também ganhadora de Humanidades, mas na categoria de Graduação, Angélica Azevedo e Silva, aluna da Universidade de Brasília (UnB), destacou a pluralidade de áreas de pesquisa. “A visita foi muito importante para todas as áreas do conhecimento. Achei interessante o olhar que o CNPEM tem para a sustentabilidade e para a transição ecológica no sentido de preservar a biodiversidade brasileira e pensando nas mudanças climáticas e em outros problemas ambientais. Essa parte se conecta ao meu trabalho sobre as dimensões da sustentabilidade urbana e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foi igualmente interessante a quantidade e qualidade de experimentos e pesquisas que podem ser realizadas neste laboratório.”

Para Beatriz Oliveira Santos, estudante do curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e ganhadora na área do conhecimento Biológicas e Saúde, além das enormes instalações, o que a impressionou foi a preocupação sobre a qualidade de vida dos cientistas ali presentes.

“A visita ao CNPEM foi uma experiência incrível, eu amei mesmo. Foi muito bacana conhecer a plataforma de divulgação e formação científica que eles têm. Achei fascinante acompanhar de perto as pesquisas e inovações que estão a ser desenvolvidas lá. Além disso, surpreendi-me com o suporte oferecido no espaço e com a preocupação deles com a saúde mental, fiquei impactada com um espaço que, além de bonito, parece ter sido pensado para  proporcionar um ambiente acolhedor. A estrutura como um todo é impressionante, e foi muito enriquecedor entender como o trabalho deles impacta tantas áreas, desde a indústria até, especialmente, a área da saúde. Voltei com muito orgulho da Ciência brasileira e ainda mais instigada a seguir nesse caminho.”

Rafael Revadam – Jornal da Ciência