A presidente da SBPC, Helena Nader, recebeu na terça-feira, 18, uma homenagem da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) como reconhecimento pela forma democrática com que liderou a Sociedade ao longo de seus três mandatos. A ABED a agraciou com uma placa durante a sessão especial em comemoração aos 20 anos da EAD no Brasil, na 69ª Reunião Anual da SBPC, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
“A homenagem foi uma forma de agradecer a SBPC e a professora Helena Nader pelo espaço dado à EAD durante suas gestões e reconhecer a forma muito democrática com a qual ela liderou essa Sociedade em todos esses anos”, disse Manuel Marcos Formiga, professor da Universidade de Brasília (UnB) e associado fundador da ABED, que coordenou da sessão.
Formiga lembrou as dificuldades de legitimar a educação a distância, “hoje chamada aprendizagem flexível”, no País duas décadas atrás. Segundo conta, a comunidade científica se posicionou frontalmente contra, no princípio. E foi na 50ª Reunião Anual da SBPC, em 1998, em Natal, que a ABED, já como associada da SBPC, realizou um dos primeiros grandes debates sobre o projeto de implantar esse tipo de ensino no País. Desde então, a Associação organiza mesas redondas em todas as Reuniões Anuais da SBPC, como forma de fomentar e ampliar o debate, conforme conta o professor.
“A tendência hoje no mundo é que a educação virtual aumente. Por isso se fala em educação flexível ou híbrida, pois a educação presencial tende cada vez mais a ser mediada pela tecnologia, por meio da internet”, comenta.
A sessão de comemoração aos 20 anos da EAD no Brasil contou com a participação do economista, professor e especialista em educação, Claudio de Moura e Castro, e o senador Cristovam Buarque.
Movimento de Salvação da Ciência
Na ocasião, o senador entregou também à presidente da SBPC uma carta na qual ele propõe a criação de um Movimento de Salvação da Ciência, Tecnologia e Inovação, “buscando desde já os recursos necessários para este setor, que podem ser obtidos com o fim de desperdícios e do remanejamento de recursos orçamentários de outras destinações menos prioritárias”.
O senador conta no documento que apresentou uma proposta à Comissão Mista Parlamentar de Orçamento, que analisou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018, com as emendas necessárias para aumentar substancialmente os recursos para a Educação. Na carta, ele sugere que a comunidade científica se mobilize para apresentar proposta similar para a área de Ciência Tecnologia e Inovação.
Buarque lista seis proposições tecnicamente viáveis para ampliar os recursos para área:
- Destinar parcela das emendas de parlamentares e de bancada para aumentar a quantidade real de recursos para P&D no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual);
- As emendas de Comissão poderiam retirar parte (0,5% dos recursos discricionários) dos ministérios e órgãos do Poder Executivo para C&T;
- Emenda ao PLOA que reduza os recursos destinados a publicidade do Governo Federal e se utilize essa economia em ações de C&T;
- Projeto de Lei destinando parcela da economia com desperdícios apurados pela CGU (Controladoria-Geral da União), à C&T;
- Projeto de Lei direcionando a aplicação de recursos disponíveis dos Fundos Constitucionais para projetos de C&T, criando condições favoráveis para parcerias entre empresas e centros de tecnologia;
- Pressão junto ao governo para que C&T seja considerada área estratégica.
“Na democracia, os recursos públicos são destinados conforme a vontade manifestada pelos parlamentares com base nas pressões populares. Por isso, é urgente que a comunidade científica se mobilize e tente despertar o povo e seus representantes para a importância da ciência”, conclama o senador na carta.
Daniela Klebis – Jornal da Ciência